Brazilian Portuguese: Portuguese Bíblia Livre for Matthew

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Mateus

Chapter 1

1Livro da geração de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão.2Abraão gerou a Isaque; e Isaque gerou a Jacó; e Jacó gerou a Judá e a seus irmãos.3E Judá gerou de Tamar a Perez e a Zerá; e Perez gerou a Esrom, e Esrom gerou a Arão.

4E Arão gerou a Aminadabe; e Aminadabe gerou a Naassom; e Naassom gerou a Salmom.5E Salmom gerou de Raabe a Boaz; e Boaz gerou de Rute a Obede; e Obede gerou a Jessé.6E Jessé gerou ao rei Davi; e Davi gerou Salomão da que fora mulher de Urias.
7E Salomão gerou a Roboão; e Roboão gerou a Abias; e Abias gerou a Asa.8E Asa gerou a Josafá; e Josafá gerou a Jorão; e Jorão gerou a Uzias.
9E Uzias gerou a Jotão; e Jotão gerou a Acaz; e Acaz gerou a Ezequias.10E Ezequias gerou a Manassés; e Manassés gerou a Amom; e Amom gerou a Josias.11E Josias gerou a Jeconias, e a seus irmãos no tempo do exílio babilônico.
12E depois do exílio babilônico Jeconias gerou a Salatiel; e Salatiel gerou a Zorobabel.13E Zorobabel gerou a Abiúde; e Abiúde gerou a Eliaquim; e Eliaquim gerou a Azor.14E Azor gerou a Sadoque; e Sadoque gerou a Aquim; e Aquim gerou a Eliúde.
15E Eliúde gerou a Eleazar; e Eleazar gerou a Matã; e Matã gerou a Jacó.16E Jacó gerou a José, o marido de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado o Cristo.17De maneira que todas as gerações desde Abraão até Davi são catorze gerações; e desde Davi até o exílio babilônico catorze gerações; e desde o exílio babilônico até Cristo catorze gerações.
18E o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando sua mãe Maria desposada com José, antes que se ajuntassem, ela foi achada grávida do Espírito Santo.19Então José, seu marido, sendo justo, e não querendo a expor à infâmia, pensou em deixá-la secretamente.
20E ele, pretendendo isto, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonho, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela está concebido é do Espírito Santo.21E ela dará à luz um filho, e tu chamarás seu nome Jesus; porque ele salvará seu povo de seus pecados.
22E tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo Senhor por meio do profeta, que disse:23Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamarão seu nome Emanuel, que traduzido é: Deus conosco.
24E despertando José do sonho, fez como o anjo do Senhor tinha lhe mandado, e recebeu sua mulher.25E ele não a conheceu intimamente, até que ela deu à luz um filho, e lhe pôs por nome JESUS.

Chapter 2

1E sendo Jesus já nascido em Belém da Judeia, nos dias do rei Herodes, eis que vieram uns magos do oriente a Jerusalém,2Dizendo: Onde está o Rei nascido dos Judeus? Porque vimos sua estrela no oriente, e viemos para adorá-lo.3E o rei Herodes, ao ouvir isto, ficou perturbado, e com ele toda Jerusalém.
4E tendo reunido todos os chefes dos sacerdotes e escribas do povo, perguntou-lhes onde o Cristo havia de nascer.5E eles lhe disseram: Em Belém da Judeia, porque assim está escrito pelo profeta:6E tu Belém, terra de Judá, de maneira nenhuma és a menor entre as lideranças de Judá, porque de ti sairá o Guia que apascentará meu povo Israel.
7Então Herodes, chamando secretamente os magos, perguntou-lhes com precisão sobre o tempo em que a estrela havia aparecido.8E enviando-os a Belém, disse: Ide, e investigai cuidadosamente pelo menino; e quando o achardes, avisai-me, para que também eu venha e o adore.
9Depois de ouvirem o rei, eles foram embora. E eis que a estrela que tinham visto no oriente ia adiante deles, até que ela chegou, e ficou parada sobre onde o menino estava.10E eles, vendo a estrela, jubilaram muito com grande alegria.
11E entrando na casa, acharam o menino com sua mãe Maria, e prostrando-se o adoraram. E abrindo seus tesouros, ofereceram-lhe presentes: ouro, incenso, e mirra.12E sendo por divina revelação avisados em sonho que não voltassem a Herodes, partiram para sua terra por outro caminho.
13E tendo eles partido, eis que um anjo do Senhor apareceu a José em sonho, dizendo: Levanta-te, toma o menino e sua mãe, e foge para o Egito; e fica lá até que eu te diga, porque Herodes buscará o menino para o matar.14Então ele se despertou, tomou o menino e sua mãe de noite, e foi para o Egito;15E esteve lá até a morte de Herodes, para que se cumprisse o que foi dito pelo Senhor por meio do profeta, que disse: Do Egito chamei o meu Filho.
16Então Herodes, ao ver que tinha sido enganado pelos magos, irou-se muito, e mandou matar todos os meninos em Belém e em todos os limites de sua região, da idade de dois anos e abaixo, conforme o tempo que tinha perguntado com precisão dos magos.
17Então se cumpriu o que foi dito pelo profeta Jeremias, que disse:18Uma voz se ouviu em Ramá, choro, e grande pranto; Raquel chorava por seus filhos, e não quis ser consolada, pois já não existem.
19Mas depois de Herodes ter morrido, eis que um anjo do Senhor apareceu no Egito a José em sonho,20Dizendo: Levanta-te, toma o menino e sua mãe, e vai para a terra de Israel, porque já morreram os que procuravam a morte do menino.21Então ele se levantou, tomou o menino e sua mãe, e veio para a terra de Israel.
22Porém ao ouvir que Arquelau reinava na Judeia em lugar de seu pai Herodes, ele teve medo de ir para lá; mas avisado por divina revelação em sonho, foi para a região da Galileia,23E veio a habitar na cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que foi dito pelos profetas, que: Ele será chamado de Nazareno.
Chapter 3

1E naqueles dias veio João Batista, pregando no deserto da Judeia,2E dizendo: Arrependei-vos, porque perto está o Reino dos céus.3Porque este é aquele que foi declarado pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto: “Preparai o caminho do Senhor; endireitai suas veredas”.
4Este João tinha sua roupa de pelos de camelo e um cinto de couro ao redor de sua cintura, e seu alimento era gafanhotos e mel silvestre.5Então vinham até ele moradores de Jerusalém, de toda a Judeia, e de toda a região próxima do Jordão;6E eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados.
7Mas quando ele viu muitos dos fariseus e dos saduceus que vinham ao batismo, disse-lhes: Ninhada de víboras! Quem vos ensinou a fugir da ira futura?8Dai, pois, fruto condizente com o arrependimento.9E não imagineis, dizendo em vós mesmos: “Temos por pai a Abraão”, porque eu vos digo que até destas pedras Deus pode fazer surgir filhos a Abraão.
10E agora o machado está posto à raiz das árvores; portanto toda árvore que não dá bom fruto é cortada e lançada ao fogo.11Realmente eu vos batizo com água para arrependimento, mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; suas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.12Ele tem sua pá na mão; limpará sua eira, e recolherá seu trigo no celeiro; mas queimará a palha com fogo que nunca se apaga.
13Então Jesus veio da Galileia ao Jordão até João para ser por ele batizado.14Mas João lhe impedia, dizendo: Eu preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?15Porém Jesus lhe respondeu: Permite por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então ele o permitiu.
16E tendo Jesus sido batizado, subiu logo da água. E eis que os céus se abriram, e ele viu o Espírito de Deus descendo como uma pomba, vindo sobre ele.17E eis uma voz dos céus, dizendo: Este é o meu Filho amado, em quem me agrado.
Chapter 4

1Então Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto para ser tentado pelo diabo.2E depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome.3E o tentador se aproximou, e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, dize que estas pedras se tornem pães.4Mas Jesus respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o ser humano, mas de toda palavra que sai da boca de Deus.
5Então o diabo o levou consigo à santa cidade, e o pôs sobre o ponto mais alto do Templo,6E disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te abaixo, porque está escrito que: Mandará a seus anjos acerca de ti, e te tomarão pelas mãos, para que nunca com teu pé tropeces em pedra alguma.
7Jesus lhe disse: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus.8Outra vez o diabo o levou consigo a um monte muito alto, e lhe mostrou todos os reinos do mundo, e a glória deles,9E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.
10Então Jesus disse: Vai embora, Satanás! Porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele cultuarás.11Então o diabo o deixou; e eis que chegaram anjos, e o serviram.
12Mas quando Jesus ouviu que João estava preso, voltou para a Galileia.13E deixando Nazaré, veio a morar em Cafarnaum, cidade marítima, nos limites de Zebulom e Naftali,
14para que se cumprisse o que foi anunciado pelo profeta Isaías, que disse:15A terra de Zebulom e a terra de Naftali, caminho do mar, além do Jordão, a Galileia dos gentios;16O povo sentado em trevas viu uma grande luz; aos sentados em região e sombra da morte, a luz lhes apareceu.
17Desde então Jesus começou a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque perto está o Reino dos céus.
18Enquanto Jesus andava junto ao mar da Galileia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, lançarem a rede ao mar, porque eram pescadores.19E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de gente.20Então eles logo deixaram as redes e o seguiram.
21E passando dali, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, em um barco, com seu pai Zebedeu, que estavam consertando suas redes; e ele os chamou.22E eles logo deixaram o barco e seu pai, e o seguiram.
23E Jesus rodeava toda a Galileia, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, e curando toda enfermidade e toda doença no povo.24Sua fama corria por toda a Síria, e traziam-lhe todos que sofriam de algum mal, tendo diversas enfermidades e tormentos, e os endemoninhados, epiléticos, e paralíticos; e ele os curava.25E muitas multidões da Galileia, de Decápolis, de Jerusalém, da Judeia, e dalém do Jordão o seguiam.
Chapter 5

1E quando Jesus viu as multidões, subiu a um monte; e sentando-se, achegaram-se a ele os seus discípulos.2Então ele abriu sua boca e lhes ensinou, dizendo:3Benditos são os humildes de espírito, porque deles é o Reino dos céus.4Benditos são os que choram, porque eles serão consolados.
5Benditos são os mansos, porque eles herdarão a terra.6Benditos são os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão saciados.7Benditos são os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.8Benditos são os limpos de coração, porque eles verão a Deus.
9Benditos são os pacíficos, porque eles serão chamados filhos de Deus.10Benditos são os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus.
11Benditos sois vós, quando vos insultarem, perseguirem, e mentirem, falando contra vós todo mal por minha causa.12Jubilai e alegrai-vos, porque grande é vossa recompensa nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que foram antes de vós.
13Vós sois o sal da terra; mas se o sal perder seu sabor, com que se salgará? Para nada mais presta, a não ser para se lançar fora, e ser pisado pelas pessoas.14Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade fundada sobre o monte;
15Nem se acende a lâmpada para se pôr debaixo de um cesto, mas sim na luminária, e ilumina a todos quantos estão na casa.16Assim brilhe vossa luz diante das pessoas, para que vejam vossas boas obras, e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos céus.
17Não penseis que vim para revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, mas sim para cumprir.18Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota nem um til passará da Lei até que tudo aconteça.
19Portanto qualquer um que desobedecer a um destes menores mandamentos, e assim ensinar às pessoas, será chamado o menor no Reino dos céus; porém qualquer que os cumprir e ensinar, esse será chamado grande no Reino dos céus.20Porque eu vos digo que se a vossa justiça não for maior que a dos escribas e dos fariseus, de maneira nenhuma entrareis no Reino dos céus.
21Ouvistes o que foi dito aos antigos: “Não cometerás homicídio”; “mas qualquer um que cometer homicídio será réu do julgamento”.22Porém eu vos digo que qualquer um que se irar contra seu irmão será réu do julgamento. E qualquer um que disser a seu irmão: “Idiota!” será réu do tribunal. E qualquer que lhe disser: “Louco!” será réu do fogo do inferno.
23Portanto, se trouxeres tua oferta ao altar, e ali te lembrares que teu irmão tem algo contra ti,24Deixa ali tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão, e então vem oferecer a tua oferta.
25Faze acordo depressa com teu adversário, enquanto estás com ele no caminho, para não acontecer que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz ao oficial, e te lancem na prisão.26Em verdade te digo que não sairás dali enquanto não pagares a última moeda.
27Ouvistes o que foi dito: “Não adulterarás”. 28Porém eu vos digo que qualquer um que olhar para uma mulher para a cobiçar, em seu coração já adulterou com ela.
29Se o teu olho direito te faz pecar, arranca-o e lança-o de ti; porque é melhor para ti que um dos teus membros se perca do que o teu corpo todo seja lançado no inferno.30E se a tua mão direita te faz pecar, corta-a e lança-a de ti; porque é melhor para ti que um dos teus membros se perca do que o teu corpo todo vá ao inferno.
31Também foi dito: “Qualquer um que se divorciar sua mulher, dê a ela carta de separação”. 32Porém eu vos digo que qualquer um que se divorciar de sua mulher, a menos que seja por causa de pecado sexual, faz com que ela adultere; e qualquer um que se casar com a divorciada comete adultério.
33Também ouvistes que foi dito aos antigos: “Não jurarás falsamente”, “mas cumprirás ao Senhor os teus juramentos”. 34Porém eu vos digo que de maneira nenhuma jureis; nem pelo céu, porque é o trono de Deus;35Nem pela terra, porque é o suporte de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei.
36Nem por tua cabeça jurarás, pois nem sequer um cabelo podes tornar branco ou preto.37Mas seja vosso falar: “sim”, “sim”, “não”, “não”; porque o que disso passa procede do maligno.
38Ouvistes o que foi dito: “Olho por olho, e dente por dente”. 39Mas eu vos digo que não resistais a quem for mau; em vez disso, a qualquer um que te bater à tua face direita, mostra-lhe também a outra.
40E ao que quiser disputar contigo, e te tomar tua túnica, deixa-lhe também a capa.41E se qualquer um te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas.42Dá a quem te pedir; e não te desvies de quem quiser de ti tomar emprestado.
43Ouvistes o que foi dito: “Amarás teu próximo”, e “odiarás teu inimigo”. 44Porém eu vos digo: amai vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem, 45Para que sejais filhos de vosso Pai que está nos céus; porque ele faz seu sol sair sobre maus e bons, e chover sobre justos e injustos.
46Pois se amardes os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem os cobradores de impostos também o mesmo?47E se saudardes somente os vossos irmãos, o que fazeis de mais? Não fazem os gentios também assim?48Portanto, sede vós perfeitos, assim como vosso Pai celestial é perfeito.
Chapter 6

1Ficai atentos para que não façais vossa boa ação diante das pessoas a fim de que sejais vistos por elas; de outra maneira não tereis recompensa de vosso Pai que está nos céus.2Portanto, quando fizeres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem honrados pelas pessoas; em verdade vos digo que já receberam sua recompensa.
3Mas quando tu fizeres esmola, não saiba tua mão esquerda o que faz a tua direita;4Para que a tua esmola seja em segredo, e teu Pai, que vê em segredo, ele te recompensará.
5E quando orares, não sejas como os hipócritas; porque eles amam orar em pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas para serem vistos pelas pessoas. Em verdade vos digo que já receberam sua recompensa.6Porém tu, quando orares, entra em teu quarto, fecha tua porta, e ora a teu Pai, que está em segredo; e teu Pai, que vê em segredo, ele te recompensará.7E quando orardes, não façais repetições inúteis como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos.
8Não sejais, pois, semelhantes a eles; porque vosso Pai sabe o que necessitais, antes que vós peçais a ele.9Vós, portanto, orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome.10Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra, assim como no céu.
11O pão nosso de cada dia nos dá hoje.12E perdoa-nos nossas dívidas, assim como nós também perdoamos aos nossos devedores.13E não nos conduzas à tentação, mas livra-nos do mal.
14Porque se perdoardes às pessoas suas ofensas, vosso Pai celestial também vos perdoará;15Mas se não perdoardes às pessoas, também vosso Pai não vos perdoará vossas ofensas.
16E quando jejuardes, não vos mostreis tristonhos, como os hipócritas; porque eles desfiguram seus rostos, para parecerem aos outros que jejuam. Em verdade vos digo que eles já receberam sua recompensa.17Porém tu, quando jejuares, unge a tua cabeça e lava o teu rosto,18Para não pareceres às pessoas que jejuas, mas sim ao teu Pai, que está em segredo; e teu Pai, que vê em segredo, ele te recompensará.
19Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde e a traça e a ferrugem gastam, e onde os ladrões invadem e roubam;20Mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem gastam, e onde os ladrões não invadem nem roubam.21Porque onde estiver o teu tesouro, ali estará também o teu coração.
22A lâmpada do corpo é o olho; portanto, se o teu olho for puro, todo o teu corpo será cheio de luz.23Porém se o teu olho for maligno, todo o teu corpo será cheio de trevas. Assim, se a luz que há em ti são trevas, como são grandes essas trevas!24Ninguém pode servir a dois senhores; pois ou odiará um e amará outro; ou se apegará a um, e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.
25Por isso vos digo: não andeis ansiosos por vossa vida, sobre o que haveis de comer, ou que haveis de beber; nem por vosso corpo, sobre com que vos haveis de vestir. Não é a vida mais que o alimento, e o corpo mais que a roupa?26Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e contudo vosso Pai celestial as alimenta. Não sois vós muito mais importantes que elas?
27E qual de vós poderá, por sua ansiedade, acrescentar um côvado à sua estatura?28E por que andais ansiosos pela roupa? Prestai atenção aos lírios do campo, como crescem; eles nem trabalham nem fiam.29E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles.
30Se Deus veste desta maneira a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não vestirá ele muito mais a vós, que tendes pouca fé?31Não andeis, pois, ansiosos, dizendo: “Que comeremos?” Ou “Que beberemos?” Ou “Com que nos vestiremos?”
32Porque os gentios buscam todas estas coisas, e vosso Pai celestial sabe que necessitais destas coisas, todas elas.33Mas buscai primeiramente o seu Reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.34Não andeis, pois, ansiosos pelo dia de amanhã, porque o amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.
Chapter 7

1Não julgueis, para que não sejais julgados.2Porque com o juízo que julgardes sereis julgados; e com a medida que medirdes vos medirão.
3Ora, por que vês o cisco que está no olho de teu irmão e não enxergas a trave que está em teu próprio olho?4Ou como dirás a teu irmão: “Deixa-me tirar o cisco do teu olho”, se eis que há uma trave em teu próprio olho?5Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho, e então verás claramente para tirar o cisco do olho de teu irmão.
6Não deis o que é santo aos cães, nem lanceis vossas pérolas diante dos porcos, para não acontecer de as pisarem com os pés e, virando-se, vos despedacem.
7Pedi, e vos será dado; buscai, e achareis; batei, e vos será aberto;8Pois qualquer um que pede recebe; e quem busca acha; e ao que bate lhe é aberto.9E quem há dentre vós que, se seu filho pedir pão, lhe dará uma pedra?10E se pedir peixe, lhe dará uma serpente?
11Ora, se vós, ainda que sejais maus, sabeis dar bons presentes a vossos filhos, quanto mais o vosso Pai, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem!12Portanto tudo o que quiserdes que os outros vos façam, fazei-lhes vós também assim; porque esta é a Lei e os Profetas.
13Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que leva à perdição; e muitos são os que por ela entram.14Porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida; e são poucos os que a acham.
15Tende cuidado, com os falsos profetas, que vêm a vós com roupa de ovelhas, mas por dentro são lobos vorazes.16Vós os conhecereis pelos seus frutos. Por acaso se colhem uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?17Assim toda boa árvore dá bons frutos, mas a arvore má dá frutos maus.
18A boa árvore não pode dar frutos maus, nem a árvore má dar bons frutos.19Toda árvore que não dá bom fruto é cortada e lançada ao fogo.20Portanto vós os conhecereis pelos seus frutos.
21Não é qualquer um que me diz: “Senhor, Senhor” que entrará no Reino dos céus; mas sim aquele que faz a vontade do meu Pai que está nos céus.22Muitos me dirão naquele dia: “Senhor, Senhor! Não profetizamos em teu nome? E em teu nome não expulsamos os demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas?”23Então claramente lhes direi: “Nunca vos conheci. Afastai-vos de mim, transgressores!”
24Portanto todo o que ouve estas minhas palavras e as praticaserá comparado ao homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha.25E a chuva desceu, correntezas vieram, ventos sopraram, e atingiram aquela casa; e ela não caiu, porque estava fundada sobre a rocha.
26Porém todo o que ouve estas minhas palavras e não as pratica, eu o compararei ao homem tolo, que construiu sua casa sobre a areia.27E a chuva desceu, correntezas vieram, ventos sopraram, e atingiram aquela casa; e ela caiu, e sua queda foi grande.
28E aconteceu que, quando Jesus terminou estas palavras, as multidões estavam admiradas de sua doutrina,29porque ele os ensinava como tendo autoridade, e não como os seus escribas.
Chapter 8

1Quando ele desceu do monte, muitas multidões o seguiram.2E eis que um leproso veio e prostrou-se diante dele, dizendo: Senhor, se quiseres, podes me limpar.3Jesus estendeu a mão e o tocou, dizendo: Quero, sê limpo. E logo ele ficou limpo de sua lepra.
4Então Jesus lhe disse: Tem o cuidado de dizeres a ninguém; mas vai mostrar-te ao sacerdote, e oferece a oferta que Moisés ordenou, para que lhes haja testemunho.
5Quando Jesus entrou em Cafarnaum, veio a ele um centurião, rogando-lhe,6E dizendo: Senhor, o meu servo jaz em casa, paralítico, e gravemente atormentado.7E Jesus lhe disse: Eu irei, e o curarei.
8E o centurião respondeu: Senhor, não sou digno de que entres sob meu telhado; mas dize somente uma palavra, e o meu servo sarará.9Pois eu também sou homem debaixo de autoridade, e tenho debaixo de meu comando soldados; e digo a este: “Vai”, e ele vai; e ao outro: “Vem”, e vem; e a meu servo: “Faze isto”, e ele faz.10Quando Jesus ouviu isto, maravilhou-se, e disse aos que o seguiam: Em verdade vos digo que ninguém em Israel achei com tanta fé.
11Mas eu vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e se sentarão à mesa com Abraão, Isaque, e Jacó, no Reino dos céus.12Os filhos do reino, porém, serão lançados nas trevas de fora; ali haverá pranto e ranger de dentes.13Então Jesus disse ao centurião: Vai, e assim como creste, a ti seja feito. E naquela mesma hora o servo foi sarado.
14E quando Jesus veio à casa de Pedro, viu a sogra dele, deitada e com febre.15Ele tocou a mão dela, e a febre a deixou. Então ela se levantou e começou a servi-lo.
16Quando chegou o anoitecer, trouxeram-lhe muitos endemoninhados. Ele expulsou-lhes os espíritos com a palavra, e curou todos os que estavam doentes,17Para que se cumprisse o que havia sido dito pelo profeta Isaías, que disse: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e levou as nossas doenças.
18E Jesus, ao ver uma multidão ao redor de si, mandou que passassem para a outra margem.19Então um escriba se aproximou, e disse-lhe: Mestre, eu te seguirei aonde quer que fores.20Jesus lhe respondeu: As raposas têm covis, e as aves do céu ninhos; mas o Filho do homem não tem onde recostar a cabeça.
21E outro dos discípulos lhe disse: Senhor, permite-me ir primeiro enterrar meu pai.22Porém Jesus lhe disse: Segue-me, e deixa aos mortos enterrarem seus mortos.
23Então ele entrou no barco, e seus discípulos o seguiram.24E eis que se levantou no mar uma tormenta tão grande que o barco era coberto pelas ondas; porém ele dormia.25E se aproximaram para acordá-lo, dizendo: Senhor, salva-nos! Estamos sendo destruídos!
26E ele lhes respondeu: Por que temeis, homens de pouca fé? Então ele se levantou e repreendeu os ventos e o mar. E houve grande calmaria.27E aqueles homens se maravilharam, dizendo: Quem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem?
28E quando chegou à outra margem, à terra dos gadarenos, vieram-lhe ao encontro dois endemoninhados que tinham saído dos sepulcros. Eles eram tão ferozes que ninguém podia passar por aquele caminho.29E eis que gritaram, dizendo: Que temos contigo, Filho de Deus? Vieste aqui nos atormentar antes do tempo?
30Enquanto isso longe deles estava uma manada de muitos porcos pastando.31E os demônios rogaram-lhe, dizendo: Se nos expulsares, manda-nos entrar naquela manada de porcos.32E ele lhes disse: Ide. Então eles saíram, e entraram nos porcos; e eis que toda aquela manada se lançou de um precipício ao mar, e morreram nas águas.
33E os que cuidavam dos porcos fugiram; e ao chegarem à cidade, anunciaram todas estas coisas, inclusive o que havia acontecido aos endemoninhados.34E eis que toda aquela cidade saiu ao encontro de Jesus; e quando o viram, rogaram-lhe que se retirasse do território deles.
Chapter 9

1Então ele entrou no barco, passou para a outra margem, e veio à sua própria cidade.2E eis que lhe trouxeram um paralítico, deitado em um leito. Quando Jesus viu a fé deles, disse ao paralítico: Tem bom ânimo, filho! Teus pecados são perdoados.
3E eis que alguns dos escribas disseram entre si: Ele blasfema.4Mas Jesus, vendo seus pensamentos, disse: Por que pensais o mal em vossos corações?5Pois o que é mais fácil? Dizer: “Teus pecados foram perdoados”, ou dizer: “Levanta-te, e anda”?6Ora, para que saibais que o Filho do homem tem autoridade na terra para perdoar pecados,(Ele, então, disse ao paralítico): Levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa.
7E este se levantou e foi para sua casa.8Quando as multidões viram isto, temeram, e glorificaram a Deus, que tinha dado tal autoridade aos homens.9E Jesus, ao passar dali, viu um homem sentado na coletoria de impostos, chamado Mateus; e disse-lhe: Segue-me. Então este se levantou e o seguiu.
10E aconteceu que, enquanto Jesus estava reclinado à mesa na casa de Mateus, eis que muitos cobradores de impostos e pecadores vieram e se reclinaram à mesa juntamente com Jesus e seus discípulos.11E quando os fariseus viram isto, perguntaram aos seus discípulos: Por que o vosso Mestre come com cobradores de impostos e pecadores?
12Porém Jesus ouviu, e respondeu: Os que têm saúde não precisam de médico, mas sim os que estão doentes.13Mas ide aprender o que significa: “Quero misericórdia, e não sacrifício”. Porque eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores.
14Então os discípulos de João vieram a ele, e perguntaram: Por que nós e os fariseus jejuamos, mas os teus discípulos não jejuam?15E Jesus lhes respondeu: Podem, por acaso, os convidados do casamento andar tristes enquanto o noivo está com eles? Mas dias virão, quando o noivo lhes for tirado, e então jejuarão.
16E ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha; porque tal remendo rasga a roupa, e o rompimento se torna pior.
17Nem põem vinho novo em odres velhos; pois senão os odres se rompem, o vinho se derrama, e os odres se perdem; mas põem o vinho novo em odres novos, e ambos juntamente se conservam.
18Enquanto ele lhes dizia estas coisas, eis que um chefe de sinagoga veio prostrar-se diante dele, e disse: Minha filha faleceu ainda agora; mas vem, e põe tua mão sobre ela, e ela viverá.19Então Jesus se levantou e o seguiu com seus discípulos.
20(Eis, porém, que uma mulher enferma de um fluxo de sangue havia doze anos veio por detrás dele, e tocou a borda de sua roupa;21Porque dizia consigo mesma: Se eu tão-somente tocar a roupa dele, serei curada.22Jesus se virou e a viu. Então disse: Tem bom ânimo, filha, a tua fé te sarou. E desde aquela hora a mulher ficou com saúde.)
23Quando Jesus chegou à casa daquele chefe, viu os tocadores de flauta e a multidão que fazia alvoroço,24E disse: Retirai-vos, porque a menina não está morta, mas sim dormindo. E riram dele.
25Mas quando a multidão foi expulsa, ele entrou, pegou a mão dela, e a menina se levantou.26E esta notícia se espalhou por toda aquela terra.
27E saindo Jesus dali, dois cegos o seguiram, gritando: Tem compaixão de nós, Filho de Davi!28E quando ele entrou em casa, os cegos vieram a ele. Jesus lhes perguntou: Credes que posso fazer isto? Eles lhe responderam: Sim, Senhor.
29Então tocou os olhos deles, dizendo: Seja feito convosco conforme a vossa fé.30E os olhos deles se abriram. Então Jesus os advertiu severamente, dizendo: Tende o cuidado de que ninguém saiba disso.31Porém eles saíram e divulgaram a notícia acerca dele por toda aquela terra.
32Enquanto eles saíam, eis que lhe trouxeram um mudo e endemoninhado.33Quando o demônio foi expulso, o mudo passou a falar. Então as multidões ficaram maravilhadas, e disseram: Nunca se viu algo assim em Israel!34Mas os fariseus diziam: É pelo chefe dos demônios que ele expulsa os demônios.
35Jesus percorria todas as cidades e aldeias, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, e curando toda enfermidade e toda doença.36Quando ele viu as multidões, teve compaixão delas, porque andavam afligidas e desamparadas, como ovelhas que não têm pastor.
37Então disse aos seus discípulos: Em verdade a colheita é grande, porém os trabalhadores são poucos.38Portanto rogai ao Senhor da colheita que envie trabalhadores à sua colheita.
Chapter 10

1Jesus chamou a si os seus doze discípulos, e deu-lhes poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem, e curarem toda enfermidade e toda doença.
2E os nomes dos doze apóstolos são estes: o primeiro, Simão, chamado Pedro, e seu irmão André; Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João;3Filipe e Bartolomeu; Tomé, e Mateus o coletor de impostos; Tiago, filho de Alfeu; e Tadeu;4Simão o zeloso, e Judas Iscariotes, o mesmo que o traiu.
5Jesus enviou estes doze, e lhes mandou, dizendo: Não ireis pelo caminho dos gentios, nem entrareis em cidade de samaritanos.6Em vez disso, ide às ovelhas perdidas da casa de Israel.7E quando fordes, proclamai, dizendo: “Perto está o Reino dos céus”.
8Curai os doentes, ressuscitai os mortos, limpai os leprosos, expulsai os demônios; recebestes de graça, dai de graça.9Não possuais ouro, nem prata, nem cobre em vossos cintos;10Nem bolsas para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem bordão extra; pois o trabalhador é digno de seu alimento.
11E em qualquer cidade ou aldeia que entrardes, informai-vos de quem nela seja digno, e ficai ali até que saiais.12E quando entrardes na casa, saudai-a.13Se a casa for digna, venha sobre ela a vossa paz; mas se ela não for digna, volte para vós a vossa paz.
14E quem quer que não vos receber, nem ouvir vossas palavras, quando sairdes daquela casa ou cidade, sacudi o pó de vossos pés.15Em verdade vos digo que no dia do julgamento mais tolerável será para a região de Sodoma e Gomorra do que para aquela cidade.
16Eis que eu vos envio como ovelhas em meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e inofensivos como pombas.17Porém tende cuidado com as pessoas; porque vos entregarão em tribunais, e vos açoitarão em suas sinagogas;18E até perante governadores e reis sereis levados por causa de mim, para que haja testemunho a eles e aos gentios.
19Mas quando vos entregarem, não estejais ansiosos de como ou que falareis; porque naquela mesma hora vos será dado o que deveis falar.20Porque não sois vós os que falais, mas sim o Espírito do vosso Pai que fala em vós.
21E irmão entregará irmão à morte, e pai ao filho; e filhos se levantarão contra os pais, e os matarão.22E sereis odiados por todos por causa de meu nome; mas aquele que perseverar até o fim, esse será salvo.23Quando, então, vos perseguirem nesta cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel, até que venha o Filho do homem.
24O discípulo não é superior ao mestre, nem o servo superior ao seu senhor.25Seja suficiente ao discípulo ser como o seu mestre, e ao servo como o seu senhor; se ao chefe da casa chamaram de Belzebu, quanto mais aos membros de sua casa?
26Portanto, não os temais; porque nada há encoberto que não se revelará, nada oculto que não se saberá.27O que eu vos digo em trevas, dizei na luz; e o que ouvis ao ouvido, proclamai sobre os telhados.
28E não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma; temei mais aquele que pode destruir tanto a alma como o corpo no inferno.29Não se vendem dois pardais por uma pequena moeda? Mas nem um deles cairá em terra contra a vontade de vosso Pai.30E até os cabelos de vossas cabeças estão todos contados.31Assim, não tenhais medo; mais valeis vós que muitos pardais.
32Portanto, todo aquele que me der reconhecimento diante das pessoas, também eu o reconhecerei diante de meu Pai, que está nos céus.33Porém qualquer um que me negar diante das pessoas, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus.
34Não penseis que vim trazer paz à terra. Não vim trazer paz, mas sim espada.35Porque eu vim pôr em discórdia “o homem contra seu pai, a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra.36E os inimigos do homem serão os de sua própria casa”.
37Quem ama pai ou mãe mais que a mim não é digno de mim; e quem ama filho ou filha mais que a mim não é digno de mim;38E quem não toma sua cruz e segue após mim não é digno de mim.39Quem achar sua vida a perderá; e quem, por causa de mim, perder sua vida, a achará.
40Quem vos recebe, recebe a mim; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou.41Quem recebe um profeta por reconhecê-lo como profeta receberá recompensa de profeta; e quem recebe um justo por reconhecê-lo como justo receberá recompensa de justo.
42E qualquer um que der ainda que somente um copo de água fria a um destes pequenos por reconhecê-lo como discípulo, em verdade vos digo que de maneira nenhuma perderá sua recompensa.
Chapter 11

1Quando Jesus acabou de dar as ordens aos seus doze discípulos, partiu dali para ensinar e para pregar em suas cidades.2E João, ao ouvir na prisão as obras de Cristo, enviou -lhe por seus discípulos,3Perguntando-lhe: És tu aquele que havia de vir, ou esperamos outro?
4Jesus lhes respondeu: Ide anunciar a João as coisas que ouvis e vedes:5Os cegos veem, e os mancos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o Evangelho;6E bendito é aquele que não deixar de crer em mim.
7Depois que eles se foram, Jesus começou a dizer às multidões acerca de João: Que saístes ao deserto para ver? Uma cana que se move pelo vento?8Mas que saístes para ver? Um homem vestido com roupas delicadas? Eis que os que usam roupas delicadas estão nas casas dos reis.
9Mas que saístes para ver? Um profeta? Sim, eu vos digo, e muito mais que um profeta;10Este é aquele sobre o qual está escrito: “Eis que diante de tua face envio o meu mensageiro, que preparará o teu caminho diante de ti.”
11Em verdade vos digo que, dentre os nascidos de mulheres, não se levantou outro maior que João Batista; porém o menor no Reino dos céus é maior que ele.12E desde os dias de João Batista até agora, o Reino dos céus é forçado, e os que usam de força o tomam.
13Porque todos os profetas e a Lei profetizaram até João.14E se estais dispostos a aceitar, este é o Elias que havia de vir.15Quem tem ouvidos, ouça.
16Mas com quem compararei esta geração? Semelhante é às crianças que se sentam nas praças, que chamam aos outros,17E dizem: “Tocamos flauta para vós, mas não dançastes; cantamos lamentações, mas não chorastes.”
18Porque veio João, sem comer nem beber, e dizem: “Ele tem demônio.”19Veio o Filho do homem, que come e bebe, e dizem: “Eis aqui um homem comilão e beberrão, amigo de cobradores de impostos e pecadores!” Mas a sabedoria prova-se justa por meio de suas obras.
20Então ele começou a acusar as cidades em que a maioria de seus milagres haviam sido feitos, por não terem se arrependido:21Ai de ti Corazim! Ai de ti Betsaida! Porque se em Tiro e em Sidom tivessem sido feitos os milagres que em vós foram feitos, há muito tempo teriam se arrependido com saco e com cinza!22Porém eu vos digo que mais tolerável será para Tiro e Sidom, no dia do juízo, que para vós.
23E tu, Cafarnaum, estarás tu exaltada até o céu? Ao mundo dos mortos serás derrubada! Pois se em Sodoma tivessem sido feitos os milagres que foram feitos em ti, ela teria permanecido até hoje.24Porém eu vos digo que mais tolerável será para os da região de Sodoma, no dia de juízo, que para ti.
25Naquele tempo Jesus pronunciou: Graças te dou, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste às crianças.26Sim, Pai, porque assim foi agradável a ti.27Todas as coisas me foram entregues pelo meu Pai; e ninguém conhece o Filho, a não ser o Pai; nem ninguém conhece o Pai, a não ser o Filho, e a quem o Filho o quiser revelar.
28Vinde a mim todos vós que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos farei descansar.29Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.30Pois o meu jugo é suave, e minha carga é leve.
Chapter 12

1Naquele tempo Jesus estava indo pelas plantações de cereais no sábado. Seus discípulos tinham fome, e começaram a arrancar espigas e a comer.2Quando os fariseus viram, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer no sábado.
3Ele, porém, lhes disse: Não lestes o que Davi fez quando teve fome, ele e os que com ele estavam,4Como ele entrou na casa de Deus, e comeram os pães da proposição, que a ele não era lícito comer, nem também aos que com ele estavam, a não ser somente aos sacerdotes?
5Ou não lestes na Lei que, nos sábados, os sacerdotes no Templo profanam o sábado, sem se tornarem culpados?6Eu, porém, vos digo que o maior que o Templo está aqui.
7Mas se vós soubésseis o que significa: “Quero misericórdia, e não sacrifício”, não condenaríeis os inocentes.8Porque o Filho do homem é Senhor do sábado.
9E partindo dali, Jesus entrou na sinagoga deles.10E eis que havia ali um homem que tinha uma mão definhada; e eles, a fim de o acusarem, perguntaram-lhe: É lícito curar nos sábados?
11E ele lhes respondeu: Qual de vós será a pessoa que, caso tenha uma ovelha, e se a tal cair em uma cova no sábado, não usará de sua força para a levantar?12Ora, quanto mais vale um ser humano que uma ovelha! Assim, pois, é lícito fazer o bem nos sábados.
13Então disse para aquele homem: Estende a tua mão. E ele a estendeu, e foi-lhe restaurada, sã como a outra.14Então os fariseus saíram e se reuniram para planejar contra ele, como o matariam.
15Mas Jesus, sabendo disso, retirou-se dali. Muitos o seguiram, e ele curou todos.16E ele lhes ordenava que não o tornassem conhecido;17Para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías:
18Eis aqui meu servo a quem escolhi, meu amado em quem minha alma se agrada; sobre ele porei o meu Espírito, e ele anunciará justiça às nações.
19Ele não fará brigas, nem gritará; ninguém ouvirá sua voz pelas ruas.20A cana esmagada ele não despedaçará, o pavio que fumega ele não apagará, até que conduza a justiça à vitória.21E em seu nome as nações esperarão.
22Então lhe trouxeram um endemoninhado cego e mudo; e ele o curou de tal maneira que o mudo passou a falar e a ver.23E todas as multidões se admiravam e diziam: Não é este o Filho de Davi?
24Mas quando os fariseus ouviam isso, diziam: Ele não expulsa os demônios, a não ser por Belzebu, o chefe dos demônios.25Porém Jesus, entendendo os pensamentos deles, disse-lhes: Todo reino dividido contra si mesmo é destruído; e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não permanecerá.
26Ora, se Satanás expulsa a Satanás, contra si mesmo está dividido; como, pois, permanecerá o seu reino?27E se eu expulso os demônios por Belzebu, então por quem vossos filhos os expulsam? Portanto, eles mesmos serão vossos juízes.
28Mas se eu pelo Espírito de Deus expulso os demônios, logo o Reino de Deus já chegou sobre vos.29Ou como pode alguém entrar na casa do valente, e saquear seus bens, sem primeiro amarrar ao valente? Depois disso saqueará sua casa.30Quem não é comigo é contra mim; e quem não ajunta comigo, espalha.
31Por isso eu vos digo: todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos seres humanos; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada.32E qualquer um que falar palavra contra o Filho do homem lhe será perdoado; mas qualquer um que falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem na era presente, nem na futura.
33Ou fazei a árvore boa, e seu fruto bom; ou fazei a árvore má, e seu fruto mau; pois pelo fruto se conhece a árvore.34Ninhada de víboras, como podeis vós falar boas coisas, sendo maus? Pois a boca fala do que o coração tem de sobra.35A pessoa boa tira coisas boas do bom tesouro, e a pessoa má tira coisas más do tesouro mau.
36Eu, porém, vos digo que de toda palavra imprudente que as pessoas falarem, dela prestarão contas no dia do juízo.37Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado.
38Então responderam-lhe uns dos escribas e dos fariseus, dizendo: Mestre, queremos ver de ti algum sinal.39Mas ele lhes deu a seguinte resposta: Uma geração má e adúltera pede sinal; mas não lhe será dado, exceto o sinal do profeta Jonas.40Porque assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim também o Filho do homem estará três dias e três noites no coração da terra.
41Os de Nínive se levantarão no Juízo com esta geração, e a condenarão; porque se arrependeram com a pregação de Jonas. E eis aqui quem é maior que Jonas.
42A rainha do sul se levantará no Juízo com esta geração, e a condenará; porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis aqui quem é maior que Salomão.
43Quando o espírito imundo sai de alguém, anda por lugares secos buscando repouso, e não o acha.44Então diz: “Voltarei para minha casa de onde saí”. E quando chega, a encontra desocupada, varrida, e adornada.45Então vai, e toma consigo outros sete espíritos piores que ele; eles entram, e moram ali; e a última condição de tal pessoa se torna pior que a primeira. Assim também acontecerá com esta geração má.
46Enquanto ele ainda estava falando às multidões, eis que sua mãe e seus irmãos estavam fora, querendo falar com ele.47E alguém lhe disse: Eis que tua mãe e teus irmãos estão fora, querendo falar contigo.
48Porém ele disse em resposta ao que o avisou: Quem é minha mãe? E quem são meus irmãos?49Então estendeu sua mão sobre seus discípulos, e disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos;50Pois qualquer um que fizer a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, e irmã, e mãe.
Chapter 13

1Naquele dia, Jesus saiu de casa e se sentou junto ao mar.2E ajuntaram-se perto dele tantas multidões, de maneira que ele entrou num barco e se sentou; e toda a multidão ficou na praia,
3E ele lhes falou muitas coisas por parábolas. Ele disse: Eis que o semeador saiu a semear.4E enquanto semeava, caiu parte das sementes junto ao caminho, e vieram as aves e a comeram.5E outra parte caiu entre pedras, onde não havia muita terra, e logo nasceu, porque não tinha terra funda.6Mas quando o sol surgiu, queimou-se; e por não ter raiz, secou-se.
7E outra parte caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram e a sufocaram.8E outra parte caiu em boa terra, e rendeu fruto: um a cem, outro a sessenta, e outro a trinta.9Quem tem ouvidos, ouça.
10Então os discípulos se aproximaram, e lhe perguntaram: Por que falas a eles por parábolas?11E ele respondeu: Porque a vós é dado saber os mistérios do Reino dos céus, mas a eles não é dado.12Pois a quem tem, lhe será dado, e terá em abundância; mas a quem não tem, até aquilo que tem lhe será tirado.
13Por isso falo a eles por parábolas; porque vendo, não veem; e ouvindo, não ouvem, nem entendem.14Assim neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: De fato ouvireis, mas não entendereis; De fato vereis, mas não enxergareis.
15Porque o coração deste povo está insensível; Com seus ouvidos dificilmente ouvem, e seus olhos fecharam; A fim de não haver que seus olhos vejam, seus ouvidos ouçam, Seus corações entendam, e se arrependam, E eu os cure.
16Mas benditos são os vossos olhos, porque veem; e os vossos ouvidos, porque ouvem.17Pois em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes, mas não viram; e desejaram ouvir o que vós ouvis, mas não ouviram.
18Portanto, ouvi vós a parábola do semeador:19Quando alguém ouve a palavra do Reino e não a entende, o maligno vem e arranca o que foi semeado em seu coração; este é o que foi semeado junto ao caminho.
20E o que foi semeado entre as pedras é o que ouve a palavra, e logo a recebe com alegria,21mas não tem raiz em si mesmo. Em vez disso, dura um pouco, mas quando vem a aflição ou a perseguição pela palavra, logo se tornam infiéis.
22E o que foi semeado entre os espinhos é o que ouve a palavra, mas a ansiedade com o tempo presente e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e fica sem dar fruto.23Mas o que foi semeado em boa terra, este é o que ouve e entende a palavra, e o que dá e produz fruto, um a cem, outro a sessenta, e outro a trinta.
24E ele lhes declarou outra parábola, dizendo: O Reino dos céus é semelhante a um homem que semeia boa semente em seu campo,25Mas, enquanto as pessoas dormiam, o inimigo dele veio, semeou joio entre o trigo, e foi embora.26E, quando a erva cresceu e produziu fruto, então apareceu também o joio.
27Então os servos do dono da propriedade chegaram, e lhe perguntaram: “Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? De onde, pois, veio o joio?”28E ele lhes respondeu: “Um inimigo fez isto”. Em seguida, os servos lhe perguntaram: “Queres, pois, que vamos e o tiremos?”
29Ele, porém, lhes respondeu: “Não, para não haver que, enquanto tirais o joio, arranqueis com ele também o trigo.30Deixai-os crescer ambos juntos até a colheita; e no tempo da colheita direi aos que colhem: ‘Recolhei primeiro o joio, e amarrai-o em molhos, para o queimarem; mas ao trigo ajuntai no meu celeiro’.”
31Ele lhes propôs outra parábola: O Reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda que alguém tomou e semeou no seu campo.32De fato, dentre todas as sementes, esta é a menor. Mas quando cresce, é a maior das hortaliças; e se torna tamanha árvore, que as aves do céu vêm e se aninham em seus ramos.
33Ele lhes disse outra parábola: O Reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e misturou em três medidas de farinha,) até que tudo ficasse fermentado.
34Tudo isto Jesus falou por parábolas às multidões. Sem parábolas ele não lhes falava,35para que se cumprisse o que foi falado pelo profeta, que disse: Abrirei a minha boca em parábolas; Pronunciarei coisas escondidas desde a fundação.
36Então Jesus despediu as multidões, e foi para casa. Seus discípulos se aproximaram dele, e disseram: Explica-nos a parábola do joio do campo.37E ele respondeu: O que semeia a boa semente é o Filho do homem.38E o campo é o mundo; e a boa semente, estes são os filhos do Reino; e o joio são os filhos do maligno.39E o inimigo, que o semeou, é o diabo; e a colheita é o fim da era; e os que colhem são os anjos.
40Portanto, como o joio é colhido e queimado no fogo, assim também será no fim da era.41O Filho do homem enviará seus anjos, e eles recolherão do seu Reino todas as causas do pecado, assim como os que praticam injustiça,42e os lançarão na fornalha de fogo. Ali haverá choro e ranger de dentes.43Então os justos brilharão como o sol, no Reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça.
44O Reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem, depois de achá-lo, escondeu. Então, em sua alegria, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo.45O Reino dos céus também é semelhante a um homem negociante, que buscava boas pérolas.46Quando este achou uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e a comprou.
47O Reino dos céus também é semelhante a uma rede lançada ao mar, que colhe toda espécie de peixes.48E quando está cheia, os pescadores puxam-na à praia, sentam-se, e recolhem os bons em cestos, mas os ruins lançam fora.
49Assim será ao fim da era; os anjos sairão, e separarão dentre os justos os maus,50e os lançarão na fornalha de fogo. Ali haverá choro e ranger de dentes.
51Entendestes todas estas coisas? Eles lhe responderam: Sim.52E ele lhes disse: Portanto todo escriba que se tornou discípulo no Reino dos céus é semelhante a um chefe de casa, que do seu tesouro tira coisas novas e velhas.53E aconteceu que, quando Jesus acabou essas parábolas, retirou-se dali.
54E vindo à sua terra, ensinava-os na sinagoga deles, de tal maneira que ficavam admirados, e diziam: De onde vêm a este tal sabedoria, e os milagres?55Não é este o filho do carpinteiro? E não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, José, Simão, e Judas?56Não estão todas as suas irmãs conosco? Ora, de onde vem a este tudo isto?
57E se ofenderam por causa dele. Mas Jesus lhes disse: Não há profeta sem honra, a não ser em sua terra, e em sua casa.58E não fez ali muitos milagres por causa da incredulidade deles.
Chapter 14

1Naquele tempo Herodes, o tetrarca, ouviu relato a respeito de Jesus,2e disse aos seus servos: Este é João Batista; ele ressuscitou dos mortos, e por isso os milagres operam nele.
3Porque Herodes havia prendido a João, acorrentado-o, e posto na prisão, por causa de Herodias, mulher do seu irmão Filipe;4pois João lhe dizia: Não te lícito que a tenhas.5Herodes queria matá-lo, mas tinha medo do povo, pois o consideravam profeta.
6Porém, quando chegou o aniversário de Herodes, a filha de Herodias dançou no meio das pessoas, e agradou a Herodes.7Por isso prometeu a ela dar tudo o que pedisse.
8E ela, tendo sido induzida por sua mãe, disse: Dá-me aqui num prato a cabeça de João Batista.9E o rei se entristeceu; mas devido ao juramento, e aos que estavam presentes, ordenou que isso fosse concedido.
10Então mandou degolarem João na prisão.11Sua cabeça foi trazida num prato, e dada à garota, e ela a levou à sua mãe.12E seus discípulos vieram, tomaram o corpo, e o enterraram; e foram avisar a Jesus.
13Depois de Jesus ouvir, retirou-se dali num barco, a um lugar deserto, sozinho; mas assim que as multidões ouviram acerca disso, seguiram-no a pé das cidades.14Quando Jesus saiu, viu uma grande multidão. Ele se compadeceu deles, e curou dentre eles os enfermos.
15E chegando o entardecer, os discípulos se aproximaram dele, e disseram: O lugar é deserto, e já é tarde. Despede as multidões, para irem às aldeias, e comprarem para si de comer.
16Mas Jesus lhes respondeu: Eles não precisam ir. Vós mesmos, dai-lhes de comer.17E eles lhe disseram: Nada temos aqui além de cinco pães e dois peixes.18Então disse: Trazei-os aqui a mim.
19Ele mandou às multidões que se sentassem sobre a grama. Então tomou os cinco pães e os dois peixes, levantou os olhos ao céu, e os abençoou. Em seguida partiu os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos às multidões.20E todos comeram, e se fartaram. E do que sobrou dos pedaços levantaram doze cestos cheios.21E os que comeram foram quase cinco mil homens, sem contar as mulheres e as crianças.
22E logo Jesus mandou os discípulos entrarem no barco, e que fossem adiante dele para a outra margem, enquanto ele despedia as multidões.23Depois de despedir as multidões, subiu ao monte, à parte, para orar. Tendo chegado a noite, ele estava ali sozinho.24E o barco já estava a vários estádios de distância da terra, atormentado pelas ondas, porque o vento era contrário.
25Mas à quarta vigília da noite Jesus foi até eles, andando sobre o mar.26Quando os discípulos o viram andar sobre o mar, apavoraram-se, dizendo: É um fantasma! E gritaram de medo.27Mas Jesus logo lhes falou, dizendo: Tende coragem! Sou eu, não tenhais medo.
28E Pedro lhe respondeu, dizendo: Senhor, se és tu, manda-me vir a ti sobre as águas.29E ele disse: Vem. Então Pedro desceu do barco e andou sobre as águas, e foi em direção a Jesus.30Mas quando viu o vento, teve medo; e começando a afundar, gritou: Senhor, salva-me!
31Imediatamente Jesus estendeu a mão, segurou-o, e disse-lhe: Homem de pouca fé, por que duvidaste?32E quando subiram no barco, o vento se aquietou.33Então os que estavam no barco vieram e o adoraram, dizendo: Verdadeiramente tu és o Filho de Deus.
34E havendo passado para a outra margem, chegaram à terra de Genesaré.35E quando os homens daquele lugar o reconheceram, deram aviso por toda aquela região ao redor, e lhe trouxeram todos os que estavam enfermos.36E rogavam-lhe que tão somente tocassem a borda de sua roupa; e todos os que tocavam ficaram curados.
Chapter 15

1Então alguns fariseus e escribas de Jerusalém se aproximaram de Jesus, e perguntaram:2Por que os teus discípulos transgridem a tradição dos anciãos? Pois não lavam suas mãos quando comem pão.3Porém ele lhes respondeu: E vós, por que transgredis o mandamento de Deus por vossa tradição?
4Pois Deus disse: Honra ao teu pai e à tua mãe; e quem maldisser ao pai ou à mãe seja sentenciado à morte. 5Mas vós dizeis: “Qualquer um que disser ao pai ou à mãe: ‘Todo o proveito que terias de mim é oferta exclusiva para Deus ’, não precisa honrar seu pai ou à sua mãe”.6E assim invalidastes a palavra de Deus por vossa tradição.
7Hipócritas! Isaías bem profetizou sobre vós, dizendo:8Este povo com os lábios me honra; mas o seu coração está longe de mim.9Em vão, porém, me veneram, ensinando doutrinas que são regras humanas.
10Assim chamou a multidão para si, e disse-lhes: Ouvi e entendei.11Não é o que entra na boca que contamina o ser humano; mas sim o que sai da boca, isso contamina o ser humano.
12Então os discípulos se aproximaram dele, e lhe perguntaram: Tu sabes que os fariseus se ofenderam quando ouviram esta palavra?13Mas ele respondeu: Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada pela raiz.14Deixai-os, são guias cegos de cegos. E se o cego guiar outro cego, ambos cairão na cova.
15E Pedro lhe disse: Explica-nos a parábola.16Porém Jesus disse: Até vós ainda estais sem entender?17Não percebeis que tudo o que entra na boca vai ao ventre, mas depois é lançado na privada?
18Porém as coisas que saem da boca procedem do coração; e elas contaminam o ser humano.19Pois do coração procedem maus pensamentos, mortes, adultérios, pecados sexuais, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias.20Estas coisas são as que contaminam o ser humano; mas comer sem lavar as mãos não contamina o ser humano.
21E, tendo Jesus partido dali, foi para as partes de Tiro e de Sidom.22E eis que uma mulher Cananeia, que tinha saído daquela região, clamou: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim! Minha filha está miseravelmente endemoninhada.23Mas ele não lhe respondeu palavra. Então seus discípulos se aproximaram dele, e rogaram-lhe, dizendo: Manda-a embora, porque ela está gritando atrás de nós.
24E ele respondeu: Não fui enviado para ninguém além das ovelhas perdidas da casa de Israel.25Então ela veio e se prostrou diante dele, dizendo: Senhor, socorre-me.26Mas ele respondeu: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos.
27Ela, porém, disse: Sim, Senhor. Porém os cachorrinhos também comem, das migalhas que caem da mesa dos seus senhores.28Então Jesus lhe respondeu: Ó mulher, grande é a tua fé. A ti seja feito como tu queres. E desde aquela hora sua filha ficou curada.
29E tendo Jesus partido dali, veio ao mar da Galileia. Ele subiu a um monte, e ali se sentou.30E vieram a ele muitas multidões, que tinham consigo mancos, aleijados, cegos, mudos, e muitos outros; e os lançaram aos pés de Jesus, e ele os curou.31Desta maneira, as multidões se maravilhavam quando viam os mudos falarem, os aleijados ficarem sãos, os mancos andarem, e os cegos verem; então glorificaram ao Deus de Israel.
32Jesus chamou a si os seus discípulos, e disse: Estou compadecido com a multidão, porque já há três dias que estão comigo, e não têm o que comer. E não quero os deixar ir em jejum, para que não desmaiem no caminho.33E os discípulos lhe responderam: De onde conseguiremos tantos pães no deserto, para saciar tão grande multidão?34Jesus lhes perguntou: Quantos pães tendes? E eles disseram: Sete; e uns poucos peixinhos.35Então mandou as multidões que se sentassem pelo chão.
36Tomou os sete pães e os peixes, deu graças e os partiu. Em seguida, ele os deu aos discípulos, e os discípulos às multidões.37E todos comeram e se saciaram; e levantaram dos pedaços que sobraram sete cestos cheios.38E foram os que comeram quatro mil homens, sem contar as mulheres e as crianças.39Depois de despedir as multidões, Jesus entrou em um barco, e veio à região de Magadã.
Chapter 16

1Então os fariseus e os saduceus se aproximaram dele e, a fim de tentá-lo, pediram-lhe que lhes mostrasse algum sinal do céu.2Mas ele lhes respondeu: Quando chega a tarde, dizeis: “ Haverá tempo bom, pois o céu está vermelho”.
3E pela manhã: “Hoje haverá tempestade, pois o céu está de um vermelho sombrio”. Vós bem sabeis distinguir a aparência do céu, mas os sinais dos tempos não podeis?4Uma geração má e adúltera pede um sinal; mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. Então os deixou, e foi embora
5E quando os discípulos vieram para a outra margem, esqueceram-se de tomar pão.6E Jesus lhes disse: Ficai atentos, e tende cuidado com o fermento dos fariseus e saduceus.7E eles argumentaram entre si, dizendo: É porque não tomamos pão.8Jesus percebeu, e disse: Por que estais argumentando entre vós mesmos, ó homens de pouca fé, que não tendes pão?
9Ainda não entendeis, nem vos lembrais dos cinco pães dos cinco mil, e quantos cestos levantastes?10Nem dos sete pães dos quatro mil, e quantos cestos levantastes?
11Como não entendeis que não foi pelo pão que eu vos disse? Mas tomai cuidado com o fermento dos fariseus e saduceus.12Então entenderam que ele não havia dito que tomassem cuidado com o fermento dos pães, mas sim com a doutrina dos fariseus e saduceus.
13E tendo Jesus vindo às partes da Cesareia de Filipe, perguntou aos seus discípulos: Quem as pessoas dizem que o Filho do homem é?14E eles responderam: Alguns João Batista, outros Elias, e outros Jeremias ou algum dos profetas.15Ele lhes disse: E vós, quem dizeis que eu sou?16E Simão Pedro respondeu: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo!
17E Jesus lhe replicou: Bendito és tu, Simão, filho de Jonas; pois não foi carne e sangue que o revelou a ti, mas sim meu Pai, que está nos céus.18E eu também te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja; e as portas do mundo dos mortos não prevalecerão contra ela.
19A ti darei as chaves do Reino dos céus; e tudo o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e tudo o que desligares na terra terá sido desligado nos céus.20Então mandou aos discípulos que a ninguém dissessem que ele era o Cristo.
21Desde então Jesus Cristo começou a mostrar a seus discípulos que ele tinha que ir a Jerusalém, e sofrer muito pelos anciãos, pelos chefes dos sacerdotes, e pelos escribas, e ser morto, e ser ressuscitado ao terceiro dia.22E Pedro o tomou à parte, e começou a repreendê-lo, dizendo: Misericórdia de ti, Senhor! De maneira nenhuma isso te aconteça.23Mas ele se virou, e disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás! Tu és um obstáculo, porque não compreendes as coisas de Deus, mas sim as humanas.
24Então Jesus disse a seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me.25Pois qualquer um que quiser salvar a sua vida a perderá; porém qualquer um que por causa de mim perder a sua vida, este a achará.26Pois que proveito haverá para alguém, se ganhar o mundo todo, mas perder a sua alma? Ou que dará alguém em resgate da sua alma?
27Pois o Filho do homem virá na glória do seu Pai com os seus anjos, e então recompensará a cada um segundo as suas obras.28Em verdade vos digo, que há alguns, dos que aqui estão, que não experimentarão a morte, até que vejam o Filho do homem vir em seu Reino.
Chapter 17

1Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago, e seu irmão João, e os levou a sós a um monte alto.2Então transfigurou-se diante deles; seu rosto brilhou como o sol, e suas roupas se tornaram brancas como a luz.
3E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele.4Pedro, então, disse a Jesus: Senhor, bom é para nós estarmos aqui. Se queres, farei aqui três tendas: uma para ti, uma para Moisés, e uma para Elias.
5Enquanto ele ainda estava falando, eis que uma nuvem brilhante os cobriu. E eis que uma voz da nuvem disse: Este é o meu Filho amado, em quem me agrado; a ele ouvi.6Quando os discípulos ouviram, caíram sobre seus rostos, e tiveram muito medo.7Jesus se aproximou deles, tocou-os, e disse: Levantai-vos, e não tenhais medo.8E quando eles levantaram seus olhos, não viram a ninguém, a não ser a Jesus somente.
9E enquanto desciam do monte, Jesus lhes disse a seguinte ordem: Não conteis a visão a ninguém, até que o Filho do homem seja ressuscitado dos mortos.10E os discípulos lhe perguntaram: Por que, então, os escribas dizem que Elias tem que vir primeiro?
11Jesus lhes respondeu: Em verdade Elias virá primeiro, e restaurará todas as coisas.12Digo-vos, porém, que Elias já veio, mas não o reconheceram. Em vez disso fizeram dele tudo o que quiseram. Assim também o Filho do homem sofrerá por meio deles.13Então os discípulos entenderam que ele lhes falara a respeito de João Batista.
14E quando chegaram à multidão, veio a ele um homem, que se ajoelhou diante dele, e disse:15Senhor, tem misericórdia do meu filho, que é epilético, e sofre muito mal; porque cai muitas vezes no fogo, e muitas vezes na água.16E eu o trouxe aos teus discípulos, mas não o puderam curar.
17Jesus respondeu: Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei convosco? Até quando vos suportarei? Trazei-o a mim aqui.18E Jesus o repreendeu. Então o demônio saiu dele, e o menino sarou desde aquela hora.
19Depois os discípulos se aproximaram de Jesus em particular, e perguntaram: Por que nós não o pudemos expulsar?20E Jesus lhes respondeu: Por causa da vossa pouca fé; pois em verdade vos digo, que se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a este monte: “Passa-te daqui para lá”, E ele passaria. E nada vos seria impossível.21---
22E enquanto eles reuniam-se na Galileia, Jesus lhes disse: O Filho do homem será entregue em mãos de homens.23E o matarão, e ele será ressuscitado ao terceiro dia. E eles se entristeceram muito.
24E quando entraram em Cafarnaum, os cobradores da taxa de duas dracmas vieram a Pedro, e perguntaram: Vosso mestre não paga as duas dracmas?25Ele respondeu: Sim. Quando ele entrou em casa, Jesus o antecipou, dizendo: Que te parece, Simão? De quem os reis da terra cobram tributos ou taxas? Dos seus filhos, ou dos outros?
26Pedro respondeu: Dos outros. Jesus lhe disse: Logo, os filhos são livres de pagar.27Mas para não os ofendermos, vai ao mar, e lança o anzol. Toma o primeiro peixe que subir, e quando lhe abrir a boca, acharás uma moeda de quatro dracmas. Toma-a, e dá a eles por mim e por ti.
Chapter 18

1Naquela hora os discípulos se aproximaram de Jesus, e perguntaram: Ora, quem é o maior no Reino dos céus?2Então Jesus chamou a si uma criança, e a pôs no meio deles,3e disse: Em verdade vos digo, que se vós não converterdes, e fordes como crianças, de maneira nenhuma entrareis no Reino dos céus.
4Assim, qualquer um que for humilde como esta criança, este é o maior no reino dos céus.5E qualquer um que receber a uma criança como esta em meu nome, recebe a mim.6Mas qualquer um que conduzir ao escândalo a um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que uma grande pedra de moinho lhe fosse pendurada ao pescoço, e se afundasse no fundo do mar.
7Ai do mundo por causa dos escândalos! Pois é necessário que os escândalos venham, mas ai da pessoa por quem o escândalo vem!8Portanto, se a tua mão ou o teu pé te conduz ao escândalo, corta-os, e lança-os de ti; melhor te é entrar aleijado ou manco na vida do que, tendo duas mãos ou dois pés, ser lançado no fogo eterno.
9E se o teu olho te conduz ao escândalo, arranca-o, e lança-o de ti. Melhor te é entrar com um olho na vida do que, tendo dois olhos, ser lançado no inferno de fogo.
10Olhai para que não desprezeis a algum destes pequeninos; porque eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre veem a face do meu Pai, que está nos céus.11---
12Que vos parece? Se alguém tivesse cem ovelhas, e uma delas se desviasse, por acaso não iria ele pelos montes, deixando as noventa e nove, em busca da desviada?13E se acontecesse de achá-la, em verdade vos digo que ele se alegra mais daquela, do que das noventa e nove que se não desviaram.14Da mesma maneira, não é da vontade do vosso Pai, que está nos céus, que um sequer destes pequeninos se perca.
15Porém, se teu irmão pecar, vai repreendê-lo entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste o teu irmão.16Mas se não ouvir, toma ainda contigo um ou dois, para que toda palavra se confirme pela boca de duas ou três testemunhas.
17E se não lhes der ouvidos, comunica à igreja; e se também não der ouvidos à igreja, considera-o como gentio e cobrador de impostos.
18Em verdade vos digo que tudo o que vós ligardes na terra será ligado no céu; e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu.19E digo-vos tambémem verdade que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus.20Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, ali eu estou no meio deles.
21Então Pedro aproximou-se, e perguntou-lhe: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?22Jesus lhe respondeu: Eu não te digo até sete, mas sim até setenta vezes sete.
23Por isso o Reino dos céus é comparável a um certo rei, que quis fazer acerto de contas com os seus servos.24E começando a fazer acerto de contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos.25Como ele não tinha com que pagar, o seu senhor mandou que ele, sua mulher, filhos, e tudo quanto tinha fossem vendidos para se fazer o pagamento.
26Então aquele servo caiu e ficou prostrado diante dele, dizendo: “Tem paciência comigo, e tudo te pagarei”.27O senhor daquele servo compadeceu-se dele, então o soltou e lhe perdoou a dívida.
28Todavia, depois daquele servo sair, achou um servo, colega seu, que lhe devia cem denários; então o agarrou e o sufocou, dizendo: “Paga o que me deves!”29Então o seu colega se prostrou, e lhe suplicou, dizendo: “Tem paciência comigo, e tudo te pagarei”.
30Mas ele não quis. Em vez disso foi lançá-lo na prisão até que pagasse a dívida.31Quando os servos, colegas dele, viram o que se passava, entristeceram-se muito. Então vieram denunciar ao seu senhor tudo o que havia se passado.
32Assim o seu senhor o chamou, e lhe disse: “Servo mau! Toda aquela dívida te perdoei, porque me suplicaste.33Não tinhas tu a obrigação de ter tido misericórdia do sevo colega teu, assim como eu tive misericórdia de ti?”
34E, enfurecido, o seu senhor o entregou aos torturadores até que pagasse tudo o que lhe devia.35Assim também meu Pai celestial vos fará, se não perdoardes de coração cada um ao seu irmão.
Chapter 19

1E aconteceu que, quando Jesus acabou estas palavras, partiu da Galileia, e veio para a região da Judeia, além do Jordão.2E muitas multidões o seguiram, e ele os curou ali.
3Então uns fariseus se aproximaram dele e, provando-o, perguntaram: É lícito se divorciar da sua mulher por qualquer causa?4Porém ele respondeu: Não tendes lido que aquele que os criou no princípio, macho e fêmea os fez,
5e disse: Portanto o homem deixará pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e os dois serão uma única carne? 6Assim eles já não são mais dois, mas sim uma única carne; portanto, o que Deus juntou, o ser humano não separe.
7Eles lhe disseram: Por que, pois, Moisés mandou lhe dar carta de separação, e divorciar-se?8Jesus lhes disse: Por causa da dureza dos vossos corações Moisés vos permitiu divorciardes de vossas mulheres; mas no princípio não foi assim.9Porém eu vos digo que qualquer um que se divorciar de sua mulher, a não ser por causa de pecado sexual, e se casar com outra, adultera.
10Os discípulos lhe disseram: Se assim é a condição do homem com a mulher, não convém se casar.11Porém ele lhes disse: Nem todos recebem esta palavra, a não ser aqueles a quem é dado;12Pois há castrados que nasceram assim do ventre da mãe; e há castrados que foram castrados pelos homens; e há castrados que castraram a si mesmos por causa do Reino dos céus. Quem pode receber isto, receba.
13Então lhe trouxeram crianças, para que pusesse as mãos sobre elas e orasse, mas os discípulos os repreendiam.14Mas Jesus disse: Deixai as crianças, e não as impeçais de vir a mim, porque delas é o Reino dos céus.15Ele pôs as mãos sobre elas, e depois partiu-se dali.
16E eis que alguém se aproximou-se dele, e perguntou: Bom Mestre, que bem farei para eu ter a vida eterna?17E ele lhe disse: Por que me perguntas sobre o que é bom? Somente um é bom: Deus. Porém se queres entrar na vida, guarda os mandamentos.
18Perguntou-lhe ele: Quais? E Jesus respondeu: Não cometerás homicídio, não adulterarás, não furtarás, não darás falso testemunho;19honra pai e mãe; e amarás ao teu próximo como a ti mesmo.
20O rapaz lhe disse: Tenho guardado tudo isso. Que me falta ainda?21Disse-lhe Jesus: Se queres ser completo, vai, vende o que tens, e dá aos pobres. Assim terás um tesouro no céu. Então vem, segue-me.22Mas quando o rapaz ouviu esta palavra, foi embora triste, porque tinha muitos bens.
23Jesus, então, disse aos seus discípulos: Em verdade vos digo que dificilmente o rico entrará no reino dos céus.24Aliás, eu vos digo que é mais fácil um camelo entrar pela abertura de uma agulha do que o rico entrar no reino de Deus.
25Quando os discípulos ouviram isso, espantaram-se muito, e disseram: Quem, pois, pode se salvar?26Jesus olhou para eles, e lhes respondeu: Para os seres humanos, isto é impossível; mas para Deus tudo é possível.27Então Pedro se pôs a falar, e lhe perguntou: Eis que deixamos tudo, e te seguimos; o que, pois, conseguiremos ter?
28E Jesus lhes disse: Em verdade vos digo que vós que me seguistes, na regeneração, quando o Filho do homem se sentar no trono de sua glória, vós também vos sentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel.
29E qualquer um que houver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou terras por causa do meu nome, receberá muitas vezes mais, e herdará a vida eterna.30Porém muitos primeiros serão últimos; e últimos, primeiros.
Chapter 20

1Pois o reino dos céus é semelhante a um homem, dono de propriedade, que saiu de madrugada para empregar trabalhadores para a sua vinha.2Ele entrou em acordo com os trabalhadores por um denário ao dia, e os mandou à sua vinha.
3E quando saiu perto da hora terceira, viu outros que estavam desocupados na praça.4Então disse-lhes: “Ide vós também à vinha, e vos darei o que for justo”. E eles foram.
5Saindo novamente perto da hora sexta e nona, fez o mesmo.6E quando saiu perto da décima primeira hora, achou outros que ali estavam, e lhes perguntou: “Por que estais aqui o dia todo desocupados?”7Eles lhe disseram: “Porque ninguém nos empregou”. Ele lhes respondeu: “Ide vós também à vinha”.
8E chegando o anoitecer, o senhor da vinha disse ao seu mordomo: “Chama aos trabalhadores, e paga-lhes o salário, começando dos últimos, até os primeiros”.9Então vieram os de cerca da hora décima primeira, e receberam um denário cada um.10Quando os primeiros vieram, pensavam que receberiam mais; porém eles também receberam um denário cada um.
11Assim, ao receberem, murmuraram contra o chefe de casa,12dizendo: “Estes últimos trabalharam uma única hora, e tu os igualaste conosco, que suportamos a carga e o calor do dia”.
13Ele, porém, respondeu a um deles: “Amigo, nada de errado estou fazendo contigo. Não concordaste tu comigo por um denário?14Toma o que é teu, e vai embora; e quero dar a este último tanto quanto a ti.
15Acaso não me é lícito fazer do que é meu o que eu quiser? Ou o teu olho é mau, porque eu sou bom?”16Assim os últimos serão primeiros; e os primeiros, últimos.
17E quando Jesus estava para subir a Jerusalém, tomou consigo os doze discípulos à parte, e no caminho lhes disse:18Eis que estamos subindo a Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos chefes dos sacerdotes e aos escribas, e o condenarão à morte.19E o entregarão aos gentios, para que dele escarneçam, e o açoitem, e crucifiquem; mas ao terceiro dia será ressuscitado.
20Então se aproximou dele a mãe dos filhos de Zebedeu, com os seus filhos. Ela o adorou para lhe pedir algo.21E ele lhe perguntou: O que queres? Ela lhe disse: Dá ordem para que estes meus dois filhos se sentem, um à direita e outro à esquerda, no teu Reino.
22Porém Jesus respondeu: Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu beberei? Eles lhe disseram: Podemos.23E ele lhes disse: De fato meu cálice bebereis; mas sentar-se à minha direita, e à minha esquerda, não me cabe concedê-lo, mas será para os que por meu Pai está preparado.24E quando os dez ouviram isso, indignaram-se contra os dois irmãos.
25Então Jesus os chamou a si, e disse: Vós bem sabeis que os chefes dos gentios os dominam, e os grandes usam de autoridade sobre eles.26Mas não é assim entre vós. Ao contrário, quem quiser se tornar grande entre vós será o vosso assistente;27e quem quiser ser o primeiro entre vós será o vosso servo;28assim como o Filho do homem não veio para ser servido, mas sim para servir, e para dar a sua vida em resgate por muitos.
29Quando eles saíram de Jericó, uma grande multidão o seguiu.30E eis que dois cegos assentados junto ao caminho, ao ouvirem que Jesus passava, clamaram: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós!31E a multidão os repreendia, para que se calassem, mas eles clamavam ainda mais: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós!
32Então Jesus parou, chamou-os, e perguntou: Que quereis que eu vos faça?33Eles lhe responderam: Senhor, que nossos olhos sejam abertos.34E Jesus, compadecido deles, tocou-lhes os olhos. E logo os olhos deles enxergaram, e o seguiram.
Chapter 21

1E quando se aproximaram de Jerusalém, e chegaram a Betfagé, ao monte das Oliveiras, então Jesus mandou dois discípulos, dizendo-lhes:2Ide à aldeia em vossa frente, e logo achareis uma jumenta amarrada, e um jumentinho com ela; desamarra-a, e trazei-os a mim.3E se alguém vos disser algo, direis: “O Senhor precisa deles, mas logo os devolverá”.
4Ora, isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta, que disse:5Dizei à filha de Sião: “Eis que o teu rei vem a ti, manso, e sentado sobre um jumento; um jumentinho, filho de uma animal de carga”.
6Os discípulos foram, e fizeram como Jesus havia lhes mandado;7Então trouxeram a jumenta e o jumentinho, puseram as capas sobre eles, e ele montou sobre elas.8E uma grande multidão estendia suas roupas pelo caminho, e outros cortavam ramos das árvores, e os espalhavam pelo caminho.
9E as multidões que iam adiante dele, e as que seguiam, clamavam: Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem no nome do Senhor! Hosana nas alturas!10Enquanto ele entrava em Jerusalém, toda a cidade se alvoroçou, perguntando: Quem é este?11E as multidões respondiam: Este é o Profeta Jesus, de Nazaré de Galileia.
12Jesus entrou no Templo; então expulsou todos os que estavam vendendo e comprando no Templo, e virou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas.13E disse-lhes: Está escrito: “Minha casa será chamada casa de oração”; mas vós a tornais em covil de ladrões! 14E cegos e mancos vieram a ele no Templo, e ele os curou.
15Quando os chefes dos sacerdotes e os escribas viram as maravilhas que ele fazia, e as crianças gritando no Templo: “Hosana ao Filho de Davi!”, eles ficaram indignados.16E perguntaram-lhe: Ouves o que estas crianças dizem? E Jesus lhes respondeu: Sim. Nunca lestes: “Da boca das crianças e dos bebês providenciaste o louvor?” 17Então ele os deixou, e saiu da cidade para Betânia, e ali passou a noite.
18E pela manhã, enquanto voltava para a cidade, teve fome.19Quando ele viu uma figueira perto do caminho, veio a ela, mas nada nela achou, a não ser somente folhas. E disse-lhe: Nunca de ti nasça fruto, jamais! E imediatamente a figueira se secou.
20Os discípulos viram, e ficaram maravilhados, dizendo: Como a figueira se secou de imediato?21Porém Jesus lhes respondeu: Em verdade vos digo: se tiverdes fé, e não duvidardes, vós não somente fareis isto à figueira, mas até se disserdes a este monte: “Levanta-te, e lança-te no mar”, isso se fará.22E tudo o que pedirdes em oração, crendo, recebereis.
23Depois de entrar no templo, quando ele estava ensinando, os chefes dos sacerdotes e os anciãos do povo se aproximaram dele, perguntando: Com que autoridade fazes isto? E quem te deu esta autoridade?24Jesus lhes respondeu: Eu também vos farei uma pergunta. Se vós a responderdes a mim, também eu vos responderei com que autoridade faço isto.
25De onde era o batismo de João? Do céu, ou dos seres humanos? E eles pensaram entre si mesmos, dizendo: Se dissermos: “Do céu”, ele nos dirá: “Por que, então, não crestes nele?26Mas se dissermos: “Dos seres humanos”, temos medo da multidão, pois todos consideram João como profeta.27Então responderam a Jesus: Não sabemos. E ele lhes disse: Nem eu vos digo com que autoridade faço isto.
28Mas que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Aproximando-se do primeiro, disse: “Filho, vai hoje trabalhar na minha vinha.”29Porém ele respondeu: “Eu vou, senhor”, mas não foi.30E, aproximando-se do segundo, disse da mesma maneira. E ele respondeu: “Não quero”; mas depois se arrependeu, e foi.
31Qual dos dois fez a vontade do pai? Eles lhe responderam: O segundo. Jesus lhes disse: Em verdade vos digo que os cobradores de impostos e as prostitutas estão indo adiante de vós ao Reino de Deus.32Pois João veio a vós mesmos no caminho de justiça, mas não crestes nele; enquanto que os cobradores de impostos e as prostitutas nele creram. Vós, porém, mesmo tendo visto isto, nem assim vos arrependestes, a fim de nele crer.
33Ouvi outra parábola. Havia um homem, dono de uma propriedade. Ele plantou uma vinha, cercou- a, fundou nela um lagar, e construiu uma torre. Depois a arrendou a uns lavradores, e partiu-se para um lugar distante.34Quando chegou o tempo dos frutos, enviou seus servos aos lavradores, para receberem os frutos que a ele pertenciam.
35Mas os lavradores tomaram os seus servos, e feriram um, mataram outro, e apedrejaram outro.36Outra vez enviou outros servos, em maior número que os primeiros, mas fizeram-lhes o mesmo.37E por último lhes enviou o seu filho, dizendo: “Respeitarão ao meu filho”.
38Mas quando os lavradores viram o filho, disseram entre si: “Este é o herdeiro. Venhamos matá-lo, e tomemos a sua herança”.39Então o agarraram, lançaram-no para fora da vinha, e o mataram.
40Ora, quando o senhor da vinha chegar, o que fará com aqueles lavradores?41Eles lhe responderam: Aos maus dará uma morte má, e arrendará a vinha a outros lavradores, que lhe deem os frutos em seus tempos de colheita.
42Jesus lhes disse: Nunca lestes nas Escrituras: “A pedra que os construtores rejeitaram, essa se tornou cabeça da esquina. Isto foi feito pelo Senhor, e é maravilhoso aos nossos olhos”?
43Portanto eu vos digo que o reino de Deus será tirado de vós, e será dado a um povo que produza os frutos dele.44E quem cair sobre esta pedra será quebrado; mas sobre quem ela cair, ela o tornará em pó.
45Quando os chefes dos sacerdotes e os fariseus ouviram estas suas parábolas, entenderam que Jesus estava falando deles.46E procuravam prendê-lo, mas temeram as multidões, pois elas o consideravam profeta.
Chapter 22

1Então Jesus voltou a lhes falar por parábolas, dizendo:2O reino dos céus é semelhante a um rei que fez uma festa de casamento para o seu filho;3e mandou a seus servos que chamassem os convidados para a festa de casamento, mas não quiseram vir.
4Outra vez ele mandou outros servos, dizendo: “Dizei aos convidados: ‘Eis que já preparei meu jantar: meus bois e animais cevados já foram mortos, e tudo está pronto. Vinde à festa de casamento’”.
5Porém eles não deram importância e foram embora, um ao seu campo, e outro ao seu comércio;6e outros agarraram os servos dele, e os humilharam e os mataram.7O rei Então enviou os seus exércitos, destruiu aqueles homicidas, e incendiou a cidade deles.
8Em seguida, disse aos seus servos: “Certamente a festa de casamento está pronta, porém os convidados não eram dignos.9Ide, pois, às saídas dos caminhos, e convidai à festa de casamento tantos quantos achardes.10Aqueles servos saíram pelos caminhos, e ajuntaram todos quantos acharam, tanto maus como bons; e a sala da festa de casamento se encheu de convidados.
11Mas quando o rei entrou para ver os convidados, percebeu ali um homem que não estava vestido com roupa adequada para a festa de casamento.12Então lhe perguntou: “Amigo, como entraste aqui sem ter roupa para a festa?” E ele emudeceu.
13Então o rei disse aos servos: “Amarrai-o nos pés e nas mãos, e lançai-o nas trevas de fora. Ali haverá pranto e o ranger de dentes”.14Pois muitos são chamados, porém poucos escolhidos.
15Então os fariseus foram embora, e se reuniram para tramar como o apanhariam em cilada por algo que dissesse.16Depois lhe enviaram seus discípulos, juntamente com os apoiadores de Herodes, e perguntaram: Mestre, bem sabemos que tu és verdadeiro, e que com verdade ensinas o caminho de Deus, e que não te importas com a opinião de ninguém, porque não dás atenção à aparência humana.17Dize-nos, pois, o que te parece: é lícito dar tributo a César, ou não?
18Mas Jesus, entendendo a sua malícia, disse: Por que me tentais, hipócritas?19Mostrai-me a moeda do tributo. E eles lhe trouxeram um denário.
20E ele lhes perguntou: De quem é esta imagem, e a inscrição?21Eles responderam: De César. Então ele lhes disse: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.22Quando ouviram isso, eles ficaram admirados; então o deixaram e se retiraram.
23Naquele mesmo dia chegaram a ele os saduceus, que dizem não haver ressurreição, e perguntaram-lhe,24dizendo: Mestre, Moisés disse: Se um homem morrer sem ter filhos, seu irmão se casará com sua mulher, e gerará descendência ao seu irmão.
25Ora, havia entre nós sete irmãos. O primeiro se casou, e depois morreu; e sem ter tido filhos, deixou sua mulher ao seu irmão.26E da mesma maneira também foi com o segundo, o terceiro, até os sete.27Por último, depois de todos, a mulher morreu.28Assim, na ressurreição, a mulher será de qual dos sete? Pois todos a tiveram.
29Jesus, porém, lhes respondeu: Errais, por não conhecerdes as Escrituras, nem o poder de Deus.30Porque na ressurreição, nem se tomam, nem se dão em casamento; mas são como os anjos no céu.
31E sobre a ressurreição dos mortos, não lestes o que Deus vos falou:32Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Deus não é dos mortos, mas sim dos vivos!33Quando as multidões ouviram isto, ficaram admiradas de sua doutrina.
34E os fariseus, ao ouvirem que ele havia feito os saduceus se calarem, reuniram-se.35E um deles, especialista da Lei, tentando-o, perguntou-lhe:36Mestre, qual é o grande mandamento na Lei?
37E Jesus lhe respondeu: Amarás ao Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, e com todo o teu entendimento: 38este é o grande e primeiro mandamento.
39O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. 40Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.
41E, estando os fariseus reunidos, Jesus lhes perguntou,42dizendo: Que pensais vós acerca do Cristo? De quem ele é filho? Eles lhe responderam: De Davi.
43Jesus lhes disse: Como, pois, Davi, em espírito, o chama Senhor, dizendo:44Disse o Senhor a meu Senhor: “Senta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo de teus pés”.
45Ora, se Davi o chama Senhor, como é seu filho?46E ninguém podia lhe responder palavra; nem ninguém ousou desde aquele dia a mais lhe perguntar.
Chapter 23

1Então Jesus falou às multidões e aos seus discípulos,2dizendo: Os escribas e os fariseus se sentam sobre o assento de Moisés.3Portanto, tudo o que eles vos disserem, fazei e guardai. Mas não façais segundo as suas obras, porque eles dizem e não fazem.
4Eles amarram cargas pesadas, e as põem sobre os ombros das pessoas; porém eles mesmos nem sequer com o seu dedo as querem mover.5E fazem todas as suas obras a fim de serem vistos pelas pessoas: por isso alargam seus filactérios, e fazem compridas as franjas.
6Eles amam os primeiros assentos nas ceias, as primeiras cadeiras nas sinagogas,7as saudações nas praças, e serem chamados: “Rabi” pelas pessoas.
8Mas vós, não sejais chamados Rabi, porque o vosso Mestre é um: e todos vós sois irmãos.9E não chameis a ninguém na terra vosso pai; porque o vosso Pai é um: aquele que está nos céus.10Nem sejais chamados mestres; porque o vosso mestre é um: o Cristo.
11Porém o maior de vós será vosso servo.12E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado.
13Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque fechais o Reino dos céus em frente das pessoas; pois nem vós entrais, nem permitis a entrada do que estão para entrar.14--- 15Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque rodeais o mar e a terra para fazerdes um prosélito; e quando é feito, vós o tornais filho do inferno duas vezes mais que a vós.
16Ai de vós, guias cegos, que dizeis: “Qualquer um que jurar pelo templo, nada é; mas qualquer um que jurar pelo ouro do templo, devedor é”.17Tolos e cegos! Pois qual é maior: o ouro, ou o templo que santificou o ouro?
18Também dizeis: “Qualquer um que jurar pelo altar, nada é; mas quem jurar pela oferta que está sobre ele, devedor é”.19Cegos! Pois qual é maior: a oferta, ou o altar que santifica a oferta?
20Portanto, quem jurar pelo altar, jura por ele, e por tudo o que está sobre ele.21E quem jurar pelo templo, jura por ele, e por aquele que nele habita.22E quem jurar pelo Céu, jura pelo trono de Deus, e por aquele que sobre ele está sentado.
23Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque dais o dízimo da hortelã, do endro, e do cominho, e desprezais o que é mais importante da Lei: a justiça, a misericórdia, e a fidelidade; estas coisas devem ser feitas, sem se desprezar as outras.24Guias cegos, que coais um mosquito, e engolis um camelo!
25Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque limpais o exterior do copo ou do prato, mas por dentro estão cheios de extorsão e cobiça. 26Fariseu cego! Limpa primeiro o interior do copo, para que também o exterior deles fique limpo.
27Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem belos, mas por dentro estão cheios de ossos de cadáveres, e de toda imundícia.28Assim também vós, por fora, realmente pareceis justos às pessoas, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de injustiça.
29Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque edificais os sepulcros dos profetas, adornais os monumentos dos justos,30e dizeis: “Se estivéssemos nos dias dos nossos pais, nunca teríamos sido cúmplices deles quando derramaram o sangue dos profetas”.31Assim vós mesmos dais testemunho de que sois filhos dos que mataram os profetas.
32Completai, pois, a medida de vossos pais.33Serpentes, ninhada de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?
34Por isso, eis que eu vos envio profetas, sábios, e escribas; a uns deles matareis e crucificareis, e a outros deles açoitareis em vossas sinagogas, e perseguireis de cidade em cidade;35para que venha sobre vós todo o sangue justo que foi derramado sobre a terra, desde o sangue do justo Abel, até o sangue de Zacarias, filho de Baraquias, ao qual matastes entre o templo e o altar.36Em verdade vos digo que tudo isto virá sobre esta geração.
37Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes eu quis ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas; porém não quisestes!38Eis que vossa casa vos será deixada.39Pois eu vos digo que a partir de agora não me vereis, até que digais: “Bendito aquele que vem no nome do Senhor”.
Chapter 24

1Jesus saiu do templo, e se foi. Então seus discípulos se aproximaram dele para lhe mostrarem os edifícios do complexo do templo.2Mas Jesus lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo, que não será deixada aqui pedra sobre pedra, que não seja derrubada.
3E, depois de se assentar no monte das Oliveiras, os discípulos se aproximaram dele reservadamente, perguntando: Dize-nos, quando serão estas coisas, e que sinal haverá da tua vinda, e do fim da era?4E Jesus lhes respondeu: Permanecei atentos, para que ninguém vos engane.5Porque muitos virão em meu nome, dizendo: “Eu sou o Cristo”, e enganarão a muitos.
6E ouvireis de guerras, e de rumores de guerras. Olhai que não vos espanteis; porque é necessário, que isto aconteça, mas ainda não é o fim.7Pois se levantará nação contra nação, e reino contra reino; e haverá fomes, e terremotos em diversos lugares.8Mas todas estas coisas são o começo das dores.
9Então vos entregarão para serdes afligidos, e vos matarão; e sereis odiados por todas as nações, por causa de meu nome.10E muitos se tornarão infiéis; e trairão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão.11E muitos falsos profetas se levantarão, e enganarão a muitos.
12E, por se multiplicar a injustiça, o amor de muitos se esfriará.13Mas o que perseverar até o fim, esse será salvo.14E este Evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, como testemunho a todas as nações, e então virá o fim.
15Portanto, quando virdes que a abominação da desolação, dita pelo profeta Daniel, está no lugar santo, (quem lê, entenda),16então os que estiveram na Judeia fujam para os montes;17o que estiver no sobre o telhado não desça para tirar as coisas de sua casa;18e o que estiver no campo não volte atrás para tomar a sua capa.
19Mas ai das grávidas e das que amamentarem naqueles dias!20Orai, porém, para que a vossa fuga não aconteça no inverno, nem no sábado.21Pois haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá.22E se aqueles dias não fossem encurtados, ninguém se salvaria; mas por causa dos escolhidos, aqueles dias serão encurtados.
23Então, se alguém vos disser: “Olha o Cristo aqui”, ou “ Olha ele ali”, não creiais,24pois se levantarão falsos cristos e falsos profetas; e farão tão grandes sinais e prodígios que, se fosse possível, enganariam até os escolhidos.25Eis que eu tenho vos dito com antecedência.
26Portanto, se vos disserem: “Eis que ele está no deserto”, não saiais; “Eis que ele está em um recinto”, não creiais.27Porque, assim como o relâmpago, que sai do oriente, e aparece até o ocidente, assim também será a vinda do Filho do homem.28Onde estiver o cadáver, ali se ajuntarão os abutres.
29E logo depois da aflição daqueles dias, o sol se escurecerá, a lua não dará o seu brilho, as estrelas cairão do céu, e as forças dos céus se estremecerão.
30Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem. Naquela hora todas as tribos da terra lamentarão, e verão ao Filho do homem, que vem sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.31E enviará os seus anjos com grande trombeta, e ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma extremidade à outra dos céus.
32Aprendei a parábola da figueira: “Quando os seus ramos já ficam verdes, e as folhas brotam, sabeis que o verão está perto”.33Assim também vós, quando virdes todas estas coisas, sabei que já está perto, às portas.
34Em verdade vos digo que esta geração não passará, até que todas estas coisas aconteçam.35O céu e a terra passarão, mas minhas palavras de maneira nenhuma passarão.
36Porém daquele dia e hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, a não ser meu Pai somente.
37Assim como foram os dias de Noé, assim também será a vinda do Filho do homem.38Pois, assim como naqueles dias antes do dilúvio comiam, bebiam, casavam, e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca;39e não sabiam, até que veio o dilúvio, e levou todos, assim também será a vinda do Filho do homem.
40Naquela hora dois estarão no campo; um será tomado, e o outro será deixado.41Duas estarão moendo em um moinho; uma será tomada, e a outra será deixada.42Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia o vosso Senhor virá.
43Porém sabei isto: se o dono de casa soubesse a que hora da noite o ladrão viria, vigiaria, e não deixaria invadir a sua casa.44Portanto também vós estai prontos, porque o Filho do homem virá na hora que não esperais.
45Pois quem é o servo fiel e prudente, ao qual o seu senhor pôs sobre os seus trabalhadores, para lhes dar alimento no tempo devido?46Feliz será aquele servo a quem, quando o seu senhor vier, achar fazendo assim.47Em verdade vos digo que ele o porá sobre todos os seus bens.
48Porém se aquele servo mau disser em seu coração: “Meu senhor está demorando”,49e começar a espancar os servos companheiros seus, e a comer, e a beber com os beberrões,50o senhor daquele servo chegará num dia que ele não espera, e numa hora que ele não sabe,51e o despedaçará, e porá sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes.
Chapter 25

1Então o Reino dos céus será semelhante a dez virgens, que tomaram suas lâmpadas, e saíram ao encontro do noivo.2E cinco delas eram tolas, e cinco prudentes.3As tolas, quando tomaram as lâmpadas, não tomaram azeite consigo.4Mas as prudentes tomaram azeite nos frascos, com as suas lâmpadas.
5O noivo demorou, por isso todas cochilaram e adormeceram.6Mas à meia-noite houve um grito: “Eis o noivo! Ide ao seu encontro!”.
7Então todas aquelas virgens se levantaram, e prepararam suas lâmpadas.8E as tolas disseram às prudentes: “Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas estão se apagando”.9Mas as prudentes responderam: “ Não, para que não falte a nós e a vós; em vez disso, ide aos vendedores, e comprai para vós mesmas”.
10Enquanto elas foram comprar, veio o noivo. As que estavam preparadas entraram com ele à festa do casamento, e fechou-se a porta.11Depois vieram também as outras virgens, dizendo: “Senhor, Senhor, abre-nos!”12Mas ele respondeu: “Em verdade vos digo que não vos conheço”.13Portanto, vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora.
14Pois é como um homem, que partindo-se para fora do país, chamou seus servos, e lhes entregou os seus bens.15E a um deu cinco talentos, a outro dois, e ao terceiro um, a cada um conforme a sua habilidade, e depois partiu em viagem.16Logo em seguida, o que havia recebido cinco talentos foi fazer negócios com eles, e ganhou outros cinco.
17E, semelhantemente, o que havia recebido dois ganhou também outros dois.18Mas o que tinha recebido um foi cavar a terra, e escondeu o dinheiro do seu senhor.
19Muito tempo depois, o senhor daqueles servos veio, e fez contas com eles.20O que havia recebido cinco talentos chegou lhe trazendo outros cinco talentos, e disse: ”Senhor, cinco talentos me entregaste, eis que ganhei com eles outros cinco talentos”.21E o seu senhor lhe disse: “ Muito bem, servo bom e fiel! Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te porei; entra na alegria do teu senhor”.
22E chegando-se também o que havia recebido dois talentos, disse: “Senhor, dois talentos me entregaste, eis que ganhei com eles outros dois talentos”.23Seu senhor lhe disse: “ Muito bem, servo bom e fiel! Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te porei; entra na alegria do teu senhor”.
24Mas, chegando também o que havia recebido um talento, disse: “Senhor, eu te conhecia, que és homem duro, que colhes onde não semeaste, e ajuntas onde não espalhaste;25E eu, atemorizado, fui e escondi o teu talento na terra; eis aqui tens o que é teu”.
26Porém seu senhor lhe respondeu: “Servo mau e preguiçoso! Sabias que colho onde não semeei, e ajunto onde não espalhei.27Devias, portanto, ter depositado o meu dinheiro como os banqueiros e, quando eu voltasse, receberia o que é meu com juros.
28Por isso, tirai dele o talento, e dai-o ao que tem dez talentos”.29Pois a todo aquele que tiver, lhe será dado, e terá em abundância; porém ao que não tiver, até o que tem lhe será tirado.30“E lançai o servo inútil às trevas de fora (ali haverá pranto e ranger de dentes)”.
31E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os anjos com ele, então ele se assentará sobre o trono de sua glória.32E serão ajuntadas diante dele todas as nações, e separará as pessoas umas das outras, assim como o pastor separa as ovelhas dos bodes.33E porá as ovelhas à sua direita, porém os bodes à esquerda.
34Então o Rei dirá o rei aos que estiverem à sua direita: “Vinde, benditos de meu Pai! Herdai o Reino que está preparado para vós desde a fundação do mundo.35Pois tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; fui forasteiro, e me acolhestes;36estive nu, e me vestistes; estive doente, e cuidastes de mim; estive na prisão, e me visitastes”.
37Então os justos lhe perguntarão: “Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer, ou com sede, e te demos de beber?38E quando te vimos forasteiro, e te acolhemos, ou nu, e te vestimos?39E quando te vimos doente, ou na prisão, e viemos te visitar?”40E o Rei lhes responderá: “Em verdade vos digo que, todas as vezes que fizestes a um destes menores dos meus irmãos, fizestes a mim”.
41Então dirá também aos que estiverem à esquerda: “Apartai-vos de mim, malditos, ao fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus anjos.42Pois tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber.43Fui forasteiro, e não me acolhestes; estive nu, e não me vestistes; estive doente, e na prisão, e não me visitastes.
44Então também eles perguntarão: “Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou forasteiro, ou nu, ou doente, ou na prisão, e não te servimos?”45Então ele lhes responderá, dizendo: “Em verdade vos digo que, todas as vezes que não fizestes a um destes menores, não fizestes a mim”.46E estes irão ao tormento eterno, porém os justos à vida eterna.
Chapter 26

1E aconteceu que, quando Jesus terminou todas estas palavras, disse aos seus discípulos:2Vós bem sabeis que daqui a dois dias é a Páscoa, e o Filho do homem será entregue para ser crucificado.
3Então os chefes dos sacerdotes e os anciãos do povo se reuniram na casa do sumo sacerdote, que se chamava Caifás.4E conversaram a fim de, usando mentira, prenderem Jesus, e o matarem.5Porém diziam: Não na festa, para que não haja tumulto entre o povo.
6Enquanto Jesus estava em Betânia, na casa de Simão o leproso,7veio a ele uma mulher com um vaso de alabastro, de óleo perfumado de grande valor, e derramou sobre a cabeça dele, enquanto estava sentado à mesa.8E quando os discípulos viram, ficaram indignados, dizendo: Para que este desperdício?9Pois isso podia ter sido vendido por muito, e o dinheiro dado aos pobres.
10Porém Jesus, sabendo disso, disse-lhes: Por que perturbais a esta mulher? Ora, ela me fez uma boa obra!11Pois vós sempre tendes os pobres convosco, porém nem sempre me tereis.
12Pois ela, ao derramar este óleo perfumado sobre o meu corpo, ela o fez para preparar o meu sepultamento.13Em verdade vos digo que, onde quer que este Evangelho em todo o mundo for pregado, também se dirá o que ela fez, para que seja lembrada.
14Então um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi aos chefes dos sacerdotes,15e disse: O que quereis me dar, para que eu o entregue a vós? E eles lhe determinaram trinta moedas de prata.16E desde então ele buscava oportunidade para o entregar.
17E no primeiro dia da festa dos pães sem fermento, os discípulos vieram a Jesus perguntar: Onde queres que te preparemos para comer a Páscoa?18E ele respondeu: Ide à cidade a um tal, e dizei-lhe: “O Mestre diz: ‘Meu tempo está perto. Contigo celebrarei a Páscoa com os meus discípulos’”.19Os discípulos fizeram como Jesus havia lhes mandado, e prepararam a Páscoa.
20E vindo o anoitecer, ele se assentou à mesa com os doze discípulos.21E enquanto comiam, disse: Em verdade vos digo que um de vós me trairá.22Eles ficaram muito tristes, e cada um começou a lhe perguntar: Por acaso sou eu, Senhor?
23E ele respondeu: O que mete comigo a mão no prato, esse me trairá.24De fato, o Filho do homem vai assim como dele está escrito; mas ai daquele homem por quem o Filho do homem é traído! Bom seria a tal homem se não houvesse nascido.25E Judas, o que o traía, perguntou: Por acaso sou eu, Rabi? Jesus lhe disse: Tu o disseste.
26E enquanto comiam, Jesus tomou o pão, abençoou-o, e o partiu. Então o deu aos discípulos, e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo.
27Em seguida tomou um cálice, deu graças, e o deu a eles, dizendo: Bebei dele todos,28porque este é o meu sangue, o sangue do testamento, o qual é derramado por muitos, para o perdão de pecados.29E eu vos digo que desde agora não beberei deste fruto da vide, até aquele dia, quando convosco o beber, novo, no reino do meu Pai.
30E depois de cantarem um hino, saíram para o monte das Oliveiras.31Então Jesus lhes disse: Todos vós vos falhareis em serdes fiéis a mim esta noite; porque está escrito: “Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho serão dispersas”.32Mas, depois que eu for ressuscitado, irei adiante de vós para a Galileia.
33Pedro, porém, respondeu-lhe: Ainda que todos falhem contigo, eu nunca falharei em minha fidelidade.34Jesus lhe disse: Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes do galo cantar, tu me negarás três vezes.35Pedro lhe respondeu: Ainda que eu tenha de morrer contigo, em nenhuma maneira te negarei. E todos os discípulos disseram o mesmo.
36Então Jesus veio com eles a um lugar chamado Getsêmani, e disse aos discípulos: Ficai sentados aqui, enquanto eu vou ali orar.37Enquanto trazia consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, ele começou a se entristecer e a se angustiar muito.38Então lhes disse: Minha alma está completamente triste até a morte. Ficai aqui, e vigiai comigo.
39E indo um pouco mais adiante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando, e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; porém, não seja como eu quero, mas sim como tu queres.40Então voltou aos seus discípulos, e os encontrou dormindo; e disse a Pedro: Então, nem sequer uma hora pudestes vigiar comigo?41Vigiai e orai, para que não entreis em tentação. De fato, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.
42Ele foi orar pela segunda vez, dizendo: Meu Pai, se este cálice não pode passar de mim sem que eu o beba, faça-se a tua vontade.43Quando voltou outra vez, achou-os dormindo, pois os seus olhos estavam pesados.44Então os deixou, e foi orar pela terceira vez, dizendo novamente as mesmas palavras.
45Depois veio aos discípulos, e disse-lhes: Agora dormi e descansai. Eis que chegou a hora em que o Filho do homem é entregue em mãos de pecadores.46Levantai-vos, vamos! Eis que chegou o que me trai.
47Enquanto ele ainda estava falando, eis que veio Judas, um dos doze, e com ele uma grande multidão, com espadas e bastões, da parte dos chefes dos sacerdotes e dos anciãos do povo.48O seu traidor havia lhes dado sinal, dizendo: Aquele a quem eu beijar, é esse. Prendei-o.
49Logo ele se aproximou de Jesus, e disse: Felicitações, Rabi! e o beijou.50Jesus, porém, lhe perguntou: Amigo, para que vieste? Então chegaram, agarraram Jesus, e o prenderam.
51E eis que um dos que estavam com Jesus estendeu a mão, puxou de sua espada, e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe uma orelha.52Jesus, então, lhe disse: Põe de volta tua espada ao seu lugar, pois todos os que pegarem espada, pela espada perecerão.53Ou, por acaso, pensas tu que eu não posso orar ao meu Pai, e ele me daria agora mais de doze legiões de anjos?54Como, pois, se cumpririam as Escrituras que dizem que assim tem que ser feito?
55Naquela hora Jesus disse às multidões: Como a um ladrão saístes com espadas e bastões para me prender? Todo dia eu me sentava, ensinando no templo, e não me prendestes.56Porém tudo isto aconteceu para que as Escrituras dos profetas se cumpram. Então todos os discípulos o abandonaram, e fugiram.
57Os que prenderam Jesus o trouxeram à casa de Caifás, o sumo sacerdote, onde os escribas e os anciãos estavam reunidos.58E Pedro o seguia de longe, até o pátio do sumo sacerdote; e entrou, e se assentou com os servos, para ver o fim.
59Os chefes dos sacerdotes e todo o conselho buscavam falso testemunho contra Jesus, para poderem matá-lo,60mas não encontravam, ainda que muitas falsas testemunhas se apresentavam.61Mas, por fim, vieram duas falsas testemunhas, que disseram: Este disse: “Posso derrubar o Templo de Deus e reconstruí-lo em três dias”.
62Então o sumo sacerdote se levantou, e lhe perguntou: Não respondes nada ao que eles testemunham contra ti?63Porém Jesus ficava calado. Então o sumo sacerdote lhe disse: Ordeno-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus.64Jesus lhe disse: Tu o disseste. Porém eu vos digo que, desde agora, vereis o Filho do homem, sentado à direita do Poderoso, e vindo sobre as nuvens do céu.
65Então o sumo sacerdote rasgou suas roupas, e disse: Ele blasfemou! Para que necessitamos mais de testemunhas? Eis que agora ouvistes a blasfêmia.66Que vos parece? E eles responderam: Culpado de morte ele é.
67Então lhe cuspiram no rosto, e lhe deram socos.68Outros lhe deram bofetadas, e diziam: Profetiza-nos, ó Cristo, quem é o que te feriu?
69Pedro estava sentado fora no pátio. Uma serva aproximou-se dele, e disse: Também tu estavas com Jesus, o galileu.70Mas ele o negou diante de todos, dizendo: Não sei o que dizes.
71E quando ele saiu em direção à entrada, outra o viu, e disse aos que ali estavam: Também este estava com Jesus, o nazareno.72E ele o negou outra vez com um juramento: Não conheço esse homem.
73Pouco depois, os que ali estavam se aproximaram, e disseram a Pedro: Verdadeiramente também tu és um deles, pois a tua fala te denuncia.74Então ele começou a amaldiçoar e a jurar: Não conheço esse homem! E imediatamente o galo cantou.75Então Pedro se lembrou da palavra que Jesus dissera: Antes do galo cantar, tu me negarás três vezes. Assim ele saiu, e chorou amargamente.
Chapter 27

1Vinda a manhã, todos os chefes dos sacerdotes e anciãos do povo juntamente se aconselharam contra Jesus, para o matarem.2E o levaram amarrado, e o entregaram a Pilatos, o governador.
3Então Judas, o que o havia traído, ao ver que Jesus já estava condenado, devolveu, sentindo remorso, as trinta moedas de prata aos chefes dos sacerdotes e aos anciãos;4e disse: Pequei, traindo sangue inocente. Porém eles disseram: Que nos interessa? Isso é problema teu!5Então ele lançou as moedas de prata no templo, saiu, e foi enforcar-se.
6Os chefes dos sacerdotes tomaram as moedas de prata, e disseram: Não é lícito pô-las no tesouro das ofertas, pois isto é preço de sangue.7Então juntamente se aconselharam, e compraram com elas o campo do oleiro, para ser cemitério dos estrangeiros.8Por isso aquele campo tem sido chamado campo de sangue até hoje.
9Assim se cumpriu o que foi dito pelo profeta Jeremias, que disse: Tomaram as trinta moedas de prata, preço avaliado pelos filhos de Israel, o qual eles avaliaram;10e as deram pelo campo do oleiro, conforme o que o Senhor me mandou.
11Jesus esteve diante do governador, e o governador lhe perguntou: És tu o Rei dos Judeus? E Jesus respondeu: Tu o dizes.12E, sendo ele foi acusado pelos chefes dos sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu.13Pilatos, então, lhe disse: Não ouves quantas coisas estão testemunhando contra ti?14Mas Jesus não lhe respondeu uma só palavra, de maneira que o governador ficou muito maravilhado.
15Na festa o governador costuma soltar um preso ao povo, qualquer um que quisessem.16E tinham então um preso bem conhecido, chamado Barrabás.
17Quando, pois, se ajuntaram, Pilatos lhes perguntou: Qual quereis que vos solte? Barrabás, ou Jesus, que é chamado Cristo?18Pois ele sabia que foi por inveja que o entregaram.19E, enquanto ele estava sentado no assento de juiz, sua mulher lhe enviou a seguinte mensagem: Nada faças com aquele justo, pois hoje sofri muito em sonhos por causa dele.
20Mas os chefes dos sacerdotes e os anciãos persuadiram as multidões a pedirem Barrabás, e a exigirem a morte de Jesus.21O governador lhes perguntou: Qual destes dois quereis que vos solte? E responderam: Barrabás!22Pilatos lhes disse: Que, pois, farei de Jesus, que é chamado Cristo? Todos disseram: Seja crucificado!
23E o governador perguntou: Ora, que mal ele fez? Porém gritavam mais: Seja crucificado!24Quando, pois, Pilatos viu que nada adiantava, em vez disso se fazia mais tumulto, ele pegou água, lavou as mãos diante da multidão, e disse: Estou inocente do sangue dele. A responsabilidade é vossa.
25E todo o povo respondeu: O sangue dele venha sobre nós, e sobre os nossos filhos.26Então soltou-lhes Barrabás, enquanto que mandou açoitar Jesus, e o entregou para ser crucificado.
27Em seguida, os soldados do governador levaram Jesus consigo ao pretório, ajuntaram-se a ele toda a unidade militar.28Eles o despiram e o cobriram com um manto vermelho.29E, depois de tecerem uma coroa de espinhos, puseram-na sobre a sua cabeça, e uma cana em sua mão direita. Em seguida, puseram-se de joelhos diante dele, zombando-o, e diziam: Felicitações, Rei dos Judeus!
30E cuspiram nele, tomaram a cana, e deram-lhe golpes na cabeça.31Depois de terem o zombado, despiram-lhe a capa, vestiram-no com suas roupas, e o levaram para crucificar.
32Ao saírem, encontraram um homem de Cirene, por nome Simão; e obrigaram-no a levar sua cruz.33E quando chegaram ao lugar chamado Gólgota, que significa “o lugar da caveira”,34deram-lhe de beber vinho misturado com fel. E, depois de provar, não quis beber.
35E havendo-o crucificado, repartiram suas roupas, lançando sortes. 36Então se sentaram, e ali o vigiavam.37E puseram, por cima de sua cabeça, sua acusação escrita: ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS.
38Então foram crucificados com ele dois criminosos, um à direita, e outro à esquerda.39Os que passavam blasfemavam dele, balançando suas cabeças,40e dizendo: Tu, que derrubas o Templo, e em três dias o reconstróis, salva a ti mesmo! Se és Filho de Deus, desce da cruz.
41E da mesma maneira também os chefes dos sacerdotes, com os escribas e os anciãos, escarnecendo dele, diziam:42Salvou outros, a si mesmo não pode salvar. Ele é Rei de Israel, desça agora da cruz, e creremos nele.
43Confiou em Deus, livre-o agora, se lhe quer bem; pois disse: “Sou Filho de Deus”.44E os ladrões que estavam crucificados com ele também lhe insultavam.
45Desde a hora sexta houve trevas sobre toda a terra até a hora nona.46E perto da hora nona, Jesus gritou em alta voz: Eli, Eli, lemá sabactâni?, Isto é: Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?47E alguns dos que ali estavam, quando ouviram, disseram: Ele está chamando Elias.
48Logo um deles correu e tomou uma esponja. Então a encheu de vinagre, colocou-a em uma cana, e lhe dava de beber.49Porém os outros disseram: Deixa, vejamos se Elias vem livrá-lo.50Jesus gritou outra vez em alta voz, e entregou o espírito.
51E eis que o véu do Templo se rasgou em dois, de cima até embaixo, a terra tremeu, e as pedras se fenderam.52Os sepulcros se abriram, e muitos corpos de santos que tinham morrido foram ressuscitados.53E, depois de ressuscitarem, saíram dos sepulcros, vieram à santa cidade, e apareceram a muitos.
54E o centurião, e os que com ele vigiavam Jesus, ao verem o terremoto e as coisas que haviam sucedido, tiveram muito medo, e disseram: Verdadeiramente ele era Filho de Deus.55Muitas mulheres, que desde a Galileia haviam seguido Jesus, e o serviam, estavam ali, olhando de longe.56Entre elas estavam Maria Madalena, e Maria mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu.
57E chegado o entardecer, veio um homem rico de Arimateia, por nome José, que também era discípulo de Jesus.58Ele chegou a Pilatos, e pediu o corpo de Jesus. Então Pilatos mandou que lhe fosse entregue.
59José tomou o corpo, e o envolveu em um lençol limpo, de linho fino,60e o pôs em seu sepulcro novo, que tinha escavado numa rocha; em seguida rolou uma grande pedra à porta do sepulcro, e foi embora.61E ali estavam Maria Madalena e a outra Maria, sentadas de frente ao sepulcro.
62No dia seguinte, que é o depois da preparação, os chefes dos sacerdotes, e os fariseus se reuniram com Pilatos,63e disseram: Senhor, nos lembramos que aquele enganador, enquanto ainda vivia, disse: “Depois de três dias serei ressuscitado”.64Portanto, manda que o sepulcro esteja em segurança até o terceiro dia, para que não aconteça dos os discípulos virem, e o furtem, e digam ao povo que ele ressuscitou dos mortos; e assim o último engano será pior que o primeiro.
65Pilatos lhes disse: Vós tendes uma guarda. Ide fazer segurança como o entendeis.66E eles se foram, e fizeram segurança no sepulcro com a guarda, selando a pedra.
Chapter 28

1No fim do sábado, quando já começava a clarear para o primeiro dia da semana, Maria Madalena, e a outra Maria vieram ver o sepulcro.2E eis que houve um grande terremoto; porque um anjo do Senhor desceu do céu, chegou, e moveu a pedra, e ficou sentado sobre ela.
3A aparência dele era como um relâmpago, e sua roupa branca como neve.4E de medo dele os guardas tremeram muito, e ficaram como mortos.
5Mas o anjo disse às mulheres: Não vos atemorizeis, pois eu sei que buscais Jesus, o que foi crucificado.6Ele não está aqui, pois já ressuscitou, como ele disse. Vinde ver o lugar onde ele jazia.7Ide depressa dizer aos seus discípulos que ele ressuscitou dos mortos; e eis que vai adiante de vós para a Galileia; ali o vereis. Eis que eu tenho vos dito.
8Então elas saíram apressadamente do sepulcro, com temor e grande alegria, e correram para anunciar aos seus discípulos.9E eis que Jesus veio ao encontro delas, e disse: Saudações. Elas se aproximaram, pegaram os pés dele, e o adoraram.10Jesus, então, lhes disse: Não temais. Ide anunciar aos meus irmãos para eles irem à Galileia, e ali me verão.
11Enquanto elas iam, eis que alguns da guarda vieram à cidade, e anunciaram aos chefes dos sacerdotes tudo o que havia acontecido.12Então eles se reuniram com os anciãos, depois de decidirem em conjunto, deram muito dinheiro aos soldados,13dizendo: Falai: “Os discípulos dele vieram de noite, e o furtaram enquanto estávamos dormindo”.
14E, se isto for ouvido pelo governador, nós o persuadiremos, e vos manteremos seguros.15Eles tomaram o dinheiro e fizeram como foram instruídos. E este dito foi divulgado entre os judeus até hoje.
16Os onze discípulos se foram para a Galileia, ao monte onde Jesus havia lhes ordenado.17E quando o viram, o adoraram; porém alguns duvidaram.
18Jesus se aproximou deles, e lhes falou: Todo o poder me é dado no céu e na terra.19Portanto ide, fazei discípulos a todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo,
20ensinando-lhes a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado. E eis que eu estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos.